Pantaleão de Seabra de Sousa

PANTALIAM DE SIABRA DE SOUSA, Cavalleiro professo da Ordem de Christo, natural da Cidade do Porto, filho de Francisco de Siabra e Sousa Cidadaõ do Porto, e de D. Isabel de Figueiroa, e irmaõ de Manoel de Siabra Deaõ da Capella Real, e depois Bispo de Ceuta, Tangere, e Miranda. O juizo penetrante, e a comprehensaõ sublime de que o ornou beneficamente a natureza lhe facilitaraõ a intelligencia das letras humanas, lingoa Latina, e Poetica como tambem a vasta instruçaõ da Historia Ecclesiastica, e Secular contribuindo com importantes noticias para as Historias das Igrejas do Porto, Braga que compoz o Illustrissimo D. Rodrigo da Cunha que dignamente ocupou estas duas Mitras. Teve particular genio para a Poesia Latina, como em seu aplauso escreve Joaõ Soar. de Brito Theatr. Lusit. Litter. lit. P. n. 2. Vir magni ingenii, atque ad Latinas Musas propensi. Deixou escrito.

Carminum liber. 4. M. S. Este tomo vio o Desembargador Christovaõ Alaõ de Moraes, de quem se fez em seu lugar distincta memoria, e o louva com grandes Elogios.

Poema Latino, que consta de 45 dysticos em louvor do Cathalogo dos Bispos do Porto composto pelo Çeu  llustrissimo Prelado D. Rodrigo daCunha, e sahio ao principio desta obra. Lisboa por Joaõ Rodrigues 1623. fol.

Dous Epigrammas em louvor das Allegaçoens de Thomé Vaz.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]

Pantaleão da Silva

PANTALIAM DA SYLVA, natural da Cidade do Porto, escreveo com estylo sincero.

Relaçaõ Summaria do sentimento com que os moradores da Cidade do Porto celebraraõ a nova do sacrilego desacato que se fez a Deos Sacramentado na Igreja da Freguesia de Odivelas. Lisboa por Antonio Crasbeeck de Mello 1617. 4.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]

Frei Pascoal de Águeda

Fr. PASCOAL DE AGUEDA, cujo apelido declara a patria onde naceo que he hum lugar situado entre as Cidades do Porto, e Coimbra. Professou o Monachal instituto de Cister no Real Convento de Alcobaça, onde se conserva a seguinte obra, que compoz

Vitae aliquorum Sanctorum fol. M. S.

 

 [Bibliotheca Lusitana, vol. III]

Frei Pascoal de Jesus Maria

Fr. PASCOAL DE JESU MARIA, natural do Conselho de Coura alumno dos Erimitas de Santo Agostinho da Congregaçaõ da India Oriental, onde professou em 1702. Dictou as Sciencias escolasticas aos seus domesticos, e depois foy Prior de Baçaim, Reitor do Collegio, e Prior do Convento de Goa. Foy muito versado na metrificaçaõ latina, e Portugueza, deixando composto

Poemata in laudem Beatissimae Virginis à Nivibus Tutelaris Tyrocinii Caenobii Goanni Ermitarum D. Augustini & aliquot Sanctorum. M. S.

Clarim Sonoro das Proezas Orientaes. 8. Rima. M. S.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]

Pascoal Ribeiro Coutinho

PASCOAL RIBEIRO COUTINHO, natural de Lisboa, e filho do Ajudante André Ribeiro Coutinho, de quem se fez mençaõ em seu lugar, e de sua mulher Cecilia de Sousa. Desde os primeiros annos cultivou as Musas com tal aplicaçaõ, que mereceo geral aplauso pelas suas Poesias serias, e jocosas, onde se conhecia a novidade da idéa, unida com a cadencia do metro. Teve vasta instrucçaõ das letras humanas, e divinas com que ornava os Çeus discursos. Foy casado com Maria dos Reys de quem teve a André Ribeiro Coutinho, Fidalgo da Casa de Sua Magestade, Alcaide mór de Baçaim, e Tenente Coronel em a Nova Colonia do Sacramento, que naõ degenerou do talento de seu Pay, do qual se fez memoria em seu lugar. Falleceo em Lisboa a 4 de Outubro de 1729.

Compoz

Jornada de la Reyna de Portugal, y fiestas que en el viage se le hizieron hasta llegar a la Corte de Lisboa. Entrada del Embaxador Conde de Villar-Mayor Manoel Telles da Sylva en la Corte de Heldemberg, fiestas que se celebraron en Lisboa desde 11 de Agosto, hasta 25 de Octobre. Grandezas, que ElRey D. Pedro el II. hizo en su despozorio con la Reyna D. Maria Isabel de Neoburg. Madrid en la Imprenta Real 1687. 4.

Arco triunfal, Idéa, e allegoria sobre a fabula de Pariz em o Monte Ida, cuja fiçaõ ha de servir para o Arco triunfal que a rua dos Ourives do Ouro celebra em aplauso dos felicissimos desposorios das augustas, e Lusitanas Magestades. Lisboa , por Miguel Manescal 1687. 4.

Hetaphonon, ou Portico de sete vozes, luctuoso obsequio, e funeral culto consagrado à Magestade defunta, e sempre augustissima Rainha N. S. D. Maria Sofia de Neoburg. Lisboa por Manoel Lopes Ferreira. 1699. 4.

A nova Fenix mais que entre incendios renacida, em pegos perpetuada S. Iria, sua vida, martyrio, sua morte, e sepultura. Lisboa por Antonio Pedroso Galraõ . 1704. 4.

Arco Triunfal, Idéa, e Allegoria sobre a fabula de Hyppomenes, e Atalanta cuja fiçaõ ha de servir para o arco, que os Ourives do ouro celebraõ em aplauso dos felicissimos desposorios das augustas Magestades de Portugal. Lisboa pelos herdeiros de Domingos Carneiro. 1708. 4.

Horoscopo felicissimo do Serenissimo Principe de Portugal o Senhor D. Pedro Primogenito, que concede o Ceo para gloria da Monarchia Portugueza em 19 de Outubro de 1712. Lisboa por Antonio Pedroso Galraõ 1712. 4.

Estas duas obras sahiraõ com o affectado nome de Jacinto Pacheco Robrilvo anagrama do seu Nome.

Quatorze Outavas, e no fim de cada huma hum verso de Camoens em aplauso da Polyanthea Medicinal do Doutor Joaõ Curvo de Semedo. Lisboa por Antonio Pedroso Galraõ. 1704. fol.

Soneto, e Romance Hedecasyllabo á morte do Ballio de Lessa D. Fr. Filippe de Tavora, e Noronha. Sahio com outras Poezias a este Assumpto. Lisboa. por Pascoal da Sylva Impressor delRey 1716. 4.

Obras M. S.

O Espelho Cylindrico ex diametro do Espelho concavo. Consta de Discursos Moraes, asceticos, e Politicos. Tratado da Peregrinaçaõ dos filhos de Israel; noticia das 42. Estaçoens desde o Egyito até a terra de Promissaõ.  Paronomazias do esclarecido Nome de Santa Anna. Anagramma ao de S. Joaquim. Todas estas obras se comprehendem em hum tomo de 4. escrito em 1717.

O anel de Giges com a pedra de tocar opinioens. Conto jocoso para alivio de hum seraõ dilatado.

Genealogia da Doudice.

Os semilhantes da Poezia com quem a Poesia naõ tem semilhança. Discurso Academico 4.

Cartas de favores naõ concedidos, e por isso mais estimados. Acçoens illutres de Mulheres Heroicas. 4.

Theatro de figuras mudas. 8.

Donde a abelha tira o mel, tira a aranha a peçonha. Proverbio discursado, como tambem o Axioma. Do Inimigo naõ queiras beneficio. Noticia da esquadra de Portugal em favor da Igreja que sabio a 5 de Julho de 1716. 4.

Vida, e sucessos, e morte de Joaõ Demetrio Imperador da Ruscia, e Graõ Duque de Moscovia.

Frutos da conformidade, e acçoens do zelo com que os Irmaõs do Santissimo da real Freguezia de S. Juliaõ assistiraõ o anno de 17I5. ao amoroso mysterio do Santissimo Sacramento

Elogio de Elogios em veneraçaõ, e aplauzo do Pregador dos Pregadores o Padre Antonio Vieira. 4.

Adversidades da fortuna admiradas nas mayores cabeças do Universo depois que o sopro da morte lhe apagou as luzes da vida. Discursos Asceticos, Politicos, e Moraes.

Bethulia sitiada por Holofernes, victoriosa por Judith, esta viuva de Manasses, aquelle General de Nabucodenossor. Poema.

Antiguidade dos Officios mecanicos, e das Artes, que naõ saõ mecanicas, nem liberaes conforme a ordem, e a Chronologia da Sagrada Escritura. 4.

Centuria Poetica Seria, e Jocosa. Consta de 50 Sonetos Sacros, Heroicos, e Moraes, e de 50 Sonetos Jocoserios.

Palacio da Fortuna assim prospera entre as felicidades como adversa entre as ruinas. 4.

Pyramides Genealogicas as quaes mostraõ os cazamentos que com os Reys Principes, e Infantes de Portugal contrahiraõ as mais illutres familias da Europa. 4. escrito em 1720.

Oriente, e Ocazo: primeiro, e ultimo passo com que entrou, e deixou o mundo a Serenissima Princeza D. Izabel Luiza Jozefa dignissima Primogenita delRey D. Pedro II. 4.

Fabula de Adonis, e Venus escrita por D. Agostinho de Salazar, e Torres, explanada, e discursada. 4.

Alcunhario. Origens de memoraveis cognominaçoens, assim de familias, como de pessoas que com ellas se cognominaraõ. Escrito em 1715.

Vida de Nossa Senhora. 4.

Excellencias de Santa Anna. 4.

Cartas escritas a varias Pessoas. 4.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]

Frei Patrício

Fr. PATRICIO, cujo apellido se ignora, como tambem a patria que em Portugal lhe deu o berço donde passando a Roma, e assistindo muitos annos no serviço do Cardeal Montalto de quem esperava remuneraçaõ competente á sua assistencia deixou o seculo, e recebeo o habito de Erimita Augustiniano no Convento de Nossa Senhora do Populo situado em Roma onde sahio consumado na intelligencia das letras divinas, e humanas. Anhelando o seu espirito a vida mais austera como lhe chegasse noticia de ser observado exactamente o instituto Augustiniano na Congregaçaõ Elicitana se agregou a ella com faculdade dos seus Superiores. Atenuado de jejuns, e disciplinas partio a receber o premio eterno em o Convento de Santa Anna de Tuscia a 30 de Junho de 1625. Delle se lembraõ Cardozo Agiol. Lusit. Tom. 3. p. 881., e no Com. de 30 de Junho letr. F. Elssio  Encom. August. Herrera Alphab. August. e Fr. Anton. da Nativid. Montes, e Coroas. Letr. P. n. 15. Compoz.

De variis imaginibus in 42. Tabellis de pictis cum multis documentis, & cohortationibus ad virtutes amplectendas, & vitia vitanda praecipue mendaria, fraudes, & insidias dias. Florentiae apud Petrum Cecconcellium 1621. 4. He composta esta obra em versos elegiacos.

Poema nuncupatum Cardinali Montalto. Florentiae. 1625. 4.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]