Pedro Hasse de Belém

PEDRO HASSE DE BELLEM, naceo em Lisboa no anno de 1648, sendo filho de Pedro Hasse de naçaõ Amburguez, e D. Gracia de Bellem, bautizada com o seu filho na Parochia de S. Paulo desta Corte. Na Universidade de Coimbra, onde frequentara o estudo do Direito Pontificio recebeo as insignias doutoraes merecendo pela sua inculpavel vida, e profunda litteratura ocupar os honorificos lugares de Deputado, Promotor, e Inquisidor das Inquisiçoens de Evora, e Lisboa até ser Deputado do Conselho Geral de que tomou posse a 2 de Janeiro de 1700. Foy Conego da Cathedral de Lisboa, e Juiz do Cabido, e Comissario Apostolico da Bulla da Cruzada. Falleceo em Lisboa a 11 de Julho de 1717. Compoz

Pareceres praticos em materias Civeis, e Forenses, e de outras, que se trataraõ no Cabido de Lisboa, e no Juizo das causas pertencentes aos seus Capitulares, de cuja jurisdiçaõ trata Mendes a Castro Pract. Lusit. 2. Part. liv. 2. cap. 1. fol. Consta de 300 paginas. Conserva este volume da propria letra do Author o Reverendo Antonio Alvares Lousa, Conego Prebendado da Cathedral de Evora, a cuja investigaçaõ historica deve a Bibliotheca Lusitana particulares noticias.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]

Pedro Henriques de Abreu

PEDRO HENRIQUES DE ABREU, natural de Evora de Alcobaça, chamada no tempo dos Romanos Eburobritium. Licenciado em a Faculdade dos sagrados Canones, Reitor da Parochial Igreja de S. Pedro de Farinha podre do Bispado de Coimbra. Foy muito versado na erudiçaõ sagrada, e profana, e incansavel investigador das antiguidades historicas, assim da sua patria, como de todo o mundo, por cuja causa o intitularaõ Joaõ Franco Barreto Bib. Portug. M. S. Curioso Antiquario, e Joan. Soar. de Brito Theatr. Lusit. Litter. lit. P. n. 34. Vir antiquitatum studiosus. Escreveo com critico exame

A Vida, e martyrio de S. Quiteria, e de suas oito Irmãas todas nacidas de hum parto Portuguezas, e Prothomartyres de Hespanha com hum discurso sobre a antiga Cidade de Cinania. Coimbra por Manoel Carvalho 1651. 4.

No Prologo desta obra (que muito louva Jorge Cardoso Agiol. Lusit. Tom. 3. p. 370 no Coment. de 22 de Mayo letr. D. col. 1.) affirma que a escrevera naquelles intervalos que lhe permitiaõ as obrigaçoens de Parocho prometendo publicar

Historia das Grandezas, e excellencias da Illustrissima Igreja, e Real Cidade de Coimbra. M. S.

 

 [Bibliotheca Lusitana, vol. III]

Pedro Homem

PEDRO HOMEM, Estribeiro mór do Serenissimo Rey D. Manoel, o qual sendo casado com D. Maria de Menezes, filha de Ruy Gomes da Sylva, teve della entre outros filhos, a Antonio Homem Embaixador delRey D. Manoel á Curia Romana. Foy insigne Poeta, de cuja veya se lem diversas Poesias no Cancioneiro de Garcia de Resende impresso em Lisboa por Herman de Campos 1516 fol. a fol. 53. 54. 145. vers. 148. vers. 149. 153. 155. vers. 159. vers. 168.  Delle faz breve memoria o P. D. Ant. Caet. de Sousa Hist. Gen. da Cas. Real Portug. Tom. 3. pag. 208.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]

 

Frei Pedro de Jesus Maria José

Fr. PEDRO DE JESU MARIA JOZÉ, naceo na Villa de Viana do Minho a 3 de Junho 1705. Teve por progenitores a Antonio de Sousa de Menezes Sargento mór de Auxiliares, e a D. Maria Barbosa Lobo ambos das principaes familias do Minho. Ainda naõ tinha chegado aos annos da puberdade se sentio fortemente inspirado a ser Religioso Capucho da Serafica Provincia da Conceiçaõ, cujo dezejo executou a 27 de Abril de 1721 recebendo o habito no Convento de Santo Antonio de Ponte de Lima, e professando a 29 do dito mez do anno seguinte. Estudadas as sciencias escholasticas resistio ás instancias de seus Mestres para que fosse Opositor ás Cadeiras, e aceitou ser Comissario dos Terceiros do Convento de Villa-Cova. Deste exercicio passou por ordem do seu Prelado ao de Procurador Geral na Corte de Lisboa. Tanto que chegou foy chamado pelo Serenissimo Senhor Infante D. Francisco para o seu Palacio da Bemposta, onde no espaço de hum anno recitou com elle, e outros Religiosos do seu instituto o Officio Divino o de Nossa Senhora e o de Defuntos, e ultimamente lhe assistio á sua morte sucedida na Quinta de Val de Flores distancia da Villa das Caldas da Rainha meya legoa a 21 de Julho de 1742. Recolhido ao Hospicio que para a sua Provincia lhe edificara o mesmo Infante, segunda vez foy nomeado Procurador Geral na Corte de Lisboa, e Chronista da sua Provincia em 16 de Novembro de 1748. Compoz

Coroa Serafica meditada que em obzequio seu muito agradavel inspirou MARIA Santissima a hum seu devoto devoçaõ utilissima para ter propicio o seu favor na vida, e na morte dividida em duas partes. Lisboa por Miguel Manescal da Costa 1742. 12. & ibi pelo dito 1743. 12. & ibi pelo dito 1747. 12.

Mystica Cidade de Deos praticada em meditaçoens para todo o tempo do anno dividida em tres partes Part. 1. Tom. 1. Lisboa pelo dito Impressor 1744. 4.

Mystica Cidade de Deos praticada em meditaçoens para todo o tempo do anno dividida em tres partes Part. 1. Tom. 2. Lisboa pelo dito Impressor 1744. 4.

Mystica Cidade de Deos &c. Part. 2. Tom. 3. Lisboa pelo dito Impressor 1746. 4.

Mystica Cidade de Deos &c. Part. 2. Tom. 4. Lisboa pelo dito Impressor 1747. 4.

Mystica Cidade de Deos &c. Part. 3. Tom. 5. Lisboa pelo dito Impressor 1748. 4.

Espelho Mariano da Mystica Cidade de Deos praticado em Meditaçoens para todo o tempo do anno dividido em duas partes: na primeira se praticaõ as doutrinas, que á sua discipula deu a divina Mestra MARIA Santissima em toda a sagrada Historia da sua vida purissima: na segunda se praticaõ as principaes Virtudes da mesma Senhora, as dores, e as angustias, que padeceo em todo o discurso da Paixaõ de seu amado Filho. Lisboa: por Antonio Pedrozo Galraõ. 1748. 4.

Novena geral para todas as Festas de Maria Santissima com a forma que nella devem observar os seus devotos. Sem anno da impressaõ. 12.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]

Pedro Joaquim Curvo

PEDRO JOAQUIM CURVO, naceo em Lisboa a 24 de Mayo de 1676, sendo filho de Francisco Curvo Semedo, e Domingas Ferreira Lopa, e sobrinho do Doutor Joaõ Curvo Semedo de quem se fez memoria em seu lugar. Depois de ter estudado letras humanas seguio a vida de negocio que seu Pay tivera, porêm como o genio o inclinava para penetrar os segredos da Medecina, e as operaçoens da Chimica se fez taõ practico em huma, e outra Faculdade que curava infermidades rebeldes, e manipulava os remedios, e entre elles o celebre Besoartico que inventara seu Tio paterno o Doutor Joaõ Curvo de Semedo. Publicou

Novena do Archanjo S. Rafael. Lisboa na Officina da Musica 1728. 12. Elixir do Universo nacido, e descuberto na superficie do mundo, e com mayor virtude no paiz da Lusitania para preservativo de algumas doenças, remedio de todas as infermidades, e prorogaçaõ de muitas vidas, ibi na dita Officina. 1735. 8.

Magnete febri fuga para atrahir os fermentos febris aos intestinos, e precipitar por digestoens a causa morbifica que excita todas as especies de febres, e remedio notavel, que se fez na botica do Graõ Duque de Toscana. 4. Sem lugar nem anno de impressaõ.

Manifesto da virtude do Chocolate no qual se mostra, que sendo por huma certa receita, he hum admiravel ante febril, e se póde aplicar em quaesquer febres, Terçans, e Quartans. M. S.

Manifesto contra o Doutor Ribera em que se mostra, que falsamente se jacta de ter descuberto os segredos do Doutor Joaõ Curvo de Semedo. M. S.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]

Pedro de São João

PEDRO DE S. JOAM, chamado o Letrado; porque o era profundo em a sagrada Theologia Conego Secular da Congregaçaõ do Evangelista, cuja prudencia e affabilidade lhe adquiriaõ ser por duas vezes Reitor dos Conventos de Villar, Evora, e Lisboa, e Geral da sua florentissima Congregaçaõ. ElRey D. Joaõ o III. que estimava muito a sua pessoa lhe mandou insinuar quizesse fazer algumas advertencias pertencentes á refórma da Igreja, as quaes queria remeter ao seu Embaxador que assistia no Concilio Tridentino. Obedeceo ao preceito do seu Soberano, e compoz as Advertencias fundadas nas authoridades da Escritura, Concilios, e Santos Padres, cujo papel por ser demasiadamente difuso o naõ transcreveo na sua Chronica dos Coneg. Secul. o Padre Francisco de Santa Maria como affirma no liv. 2. cap. 39. pag. 523.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]