Pedro de Azevedo Tojal

PEDRO DE AZEVEDO TOJAL, natural de Lisboa, sendo filho de Estevaõ de Azevedo, e Antonia Rodrigues Tojal. Depois de estudar as letras humanas passou a Universidade de Coimbra, onde recebeo o grao de Bacharel na Faculdade dos sagrados Canones. Teve natural genio para a Poesia vulgar que cultivou felizmente sendo os seus versos cadentes, e conceituosos. Duas vezes foy casado: a primeira com D. Mariana Isabel de Moncada, filha de Jozé Correa de Moncada Tenente General da Corte: a segunda com D. Filippa Leonarda de Sá, filha de Jozé de Azevedo Peleja, das quaes naõ deixou sucessaõ. Sobrevivendo a sua ultima consorte se alistou no Estado Ecclesiastico recebendo Ordens Menores. Falleceo a 27 de Setembro de 1742 em a sua quinta chamada das Romeiras na Freguezia de S. Antaõ do Tojal, distante tres legoas de Lisboa, onde jaz fepultado. Delle faz memoria o P. D. Anton. Caetano de Sousa Hist. Gen. da Caz. Real Portug. Tom. 7. p. 324. Compoz

Triunfos da morte, despojos da Magestade em acçaõ de sentimento da lamentavel morte da Serenissima Rainha de Portugal, a Senhora D. Maria Sofia Isabel de Neoburg. nossa Senhora. Lisboa por Manoel Lopes Ferreira 1699. 4. Consta de huma Glosa ao Soneto de Camoens, que começa. Que levas cruel morte, &c. com mais tres Sonetos, e hum Romance.

Epitafio saudoso despertador funeral esrcrito na Cinza da sepultura da Serenissima Rainha de Portugal, a Senhora D. Maria Sofia Isabel de Neoburg. N. Senhora. Lisboa por Miguel Deslandes, Impressor delRey 1700. 4. Consta de huma Glossa a hum Soneto, e dous Sonetos.

Portugal Luctuoso chorando solitario nas mudas prayas do seu amado Tejo a icomparavel saudade na deploravel morte do augustissimo Senhor D. Pedro II. seu melhor Monarcha, e Senhor nosso. Lisboa por Miguel Manescal 1707. 4. He Glossa ao celebre Soneto Fermoso Tejo meu, &c. Com hum Soneto por epitafio.

Gemidos saudosos entre a illustre, e luctuosa Corte de Lisboa, e o poderoso, e sentido Reino de Inglaterra: aquella lamentando defunta a sua venerada Infanta, e efte suspirando morta a sua melhor Rainha a Serenissima Senhora Dona Catherina. Lisboa por Antonio Pedroso Galraõ. 1706. 4. Consta de 27 Outavas interlocutoras, entre Lisboa, e Inglaterra, com hum Soneto por epitafio.

Carlos reduzido, Inglaterra illustrada. Lisboa por Antonio Pedroso Galraõ 1716. 4. Poema Heroico, que consta de 12 Cantos.

Offrenda Lacrymosa consagrada nas Aras da saudade dividida em sinco gemidos metricos despertadores do nosso desengano á sentidissima, lamentavel, intespestiva, e abbreviada morte da Serenissima Infanta Doma Francisca. Lisboa na Officina Ferreiriana 1736. 4. Consta de 5 Sonetos.

Lamento repetido da sentida Corte de Lisboa, figurada na saudosa Lysia chorando a morte da Serenissima Senhora D. Francisca Infanta de Portugal. Lisboa por Mauricio Vicente de Almeida 1736. 4. Consta da Glosa a hum Soneto, e no fim outro Soneto.

Em aplauso dos quatro completos, proseguidos, e desejados annos da Serenissima Princeza da Beira a Senhora D. Maria, ponderando a letra O pelos cumprir no dia, em que se solemniza a Virgem N. S. com a tal invocaçaõ. Saõ dous Sonetos. Naõ tem anno, nem lugar de ediçaõ.

Godfredo, ou Jerusalem libertada, Poema Heroico reduzido da lingoa Toscana á Portugueza tanto á fidelidade do Original, como á observancia dos preceitos da Poesia. Dividido em 2. Partes. I. Parte. Lisboa, por Pedro Ferreira, Impressor da Augustissima Rainha N. S. 1738. 4.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]

Pedro Barbosa

PEDRO BARBOSA, chamado antonomasticamente insigne, pela profunda intelligencia que teve da Jurisprudencia Cesaria naceo em a Villa de Vianna da Provincia de Entre Douro, e Minho para credito de seus Pays Ruy Vaz Aranha, e Isabel da Rocha, como de seus Avós Paternos Pedro Barbosa, e Maria Fernandes, e maternos Diogo da Cunha Paes, e Brites da Rocha. Na idade da adolescencia se aplicou na Athenas Conimbricense ao estudo do Direito Cesario, e como a natureza o ornara de subtil juizo, sublime comprehensaõ, e feliz memoria foraõ tantos os progressos que fez o seu talento na especulaçaõ daquella Faculdade, que justamente mereceo a admiraçaõ dos seus condiscipulos, e a enveja de todos os Cathedraticos, principalmente quando subio a regentar as Cadeiras da Instituta a 23 de Julho de 1557: a do Codigo a 3 de Dezembro de 1558, a do Digesto Velho a 20 de Fevereiro de 1560, em que teve por oppositor ao grande Alvaro Valasco: a de Vespera a 24 de Abril de 1563, e ultimamente a de Prima a 23 de Dezembro de 1564, onde jubilou em 1577, sendo já Desembargador do Paço por nomeaçaõ delRey D. Sebastiaõ a 21 de Dezembro computandolhe os annos do serviço deste Tribunal para completar os vinte que eraõ precisos para a jubilaçaõ. Foy Dezembargador de aggravos na Casa da Suplicaçaõ, de q tomou posse a 10 de Novembro de 1571, Deputado da Inquisiçaõ de Coimbra, do Concelho de Portugal em Madrid, e Chanceller mór do Reino, e Comendador de S. Maria de Carrezo. Em todos estes lugares praticou summa inteireza mostrando-se sempre mais parcial da clemencia, que do rigor. Nunca se deixou penetrar da vil paixaõ do interesse, e muito menos dos artificios da lizonja para conciliar o affecto dos Principes, a quem servio, antes armado de huma austera liberdade increpava tudo quanto era oposto á justiça, com tal observancia que ouvindo, que Filippe Prudente morrera com sinaes de Predestinado preguntou se no seu Testamento ordenara a restituiçaõ de Portugal a seus legitimos Senhores. Como grande cultor da virtude da castidade sempre se conservou no Estado do Celibato. A profunda subtileza com que explicou os textos mais dificeis, e antinomicos de ambas as Jurisprudencias se admira nas suas obras pelas quaes alcançou ser venerado como Oraculo entre os mais celebres Jurisconsultos. Falleceo em Lisboa a 15 de Julho de 1606. Jaz sepultado na Igreja da Casa professa de S. Roque dos Padres Jesuitas, dos quaes foy muito affecto. Innumeraveis saõ os Elogios com que varios Escritores celebraõ o nome deste insigne Varaõ, dos quaes relataremos alguma parte. O Senhor D. Antonio Prior do Crato na Carta escrita a Gregorio XIII. Tres celebre Docteur ordinaire en droit civil en l’Universite tres florissante de Coimbra, e premier Regent de celle mesme Facultè que le Portugal honnore, & revere, l’Espagne le recognoit, la France l’a ouy, l’Italie ne 1’ignore comme quelque oracle du droit Imperiale, homme de son age mes florissant en la gloire des letres. Franc. Caldas Pereira in L. si Curat. habens Verb. Contract. fecisti n. 38. doctissimus, & excellentissimus extra omnem humani ingenii aleam, ac celebratissimus Doctor jurisprudentiae peritià Papiniano, Scaevolae, atque Ulpiano gravissimis J. C. non inferior, cujus doctrina, eruditione, sapientia admirabili virtute, ac modestia, vereque christiana religione ac pietate cum litteris aequaliter copulata non tantum in Academia, sed etiam universa Lusitania, Hispaniaque illustrata est, ac cumulatissime locupletata. Hujus fummi, ac eximii viri vigillis ac lucubrationibus, quas ille ad obscurissimas legum labyrinthos, & obstrusiora Jurisprudentiae arcana satis diligenter elaboravit in communem florentissimae juventutis utilitatem, quae olim illius scholam frequenter implebat, quantum Respublica literaria aucta sit, atque amplifïcata, satis cumulatissime testantur doctissimorum hominum praelara encomia, &laudes apud celebratissimam Salmanticensem & omnes Hispaniae Academias de eximiis illius viri animi dotibus, & admirabili sapientia, ingeniosque latè pervulgata opinio. Augustin. Barbos. de Potest. Episcop. Part. 1. Tit. 3. cap. 2. n. 53. Utriusque Juris consultissimus quem eximia doctrina, & exacta prudentia maximum in Supremo Regio Madriti Concilio Senatorem, & in Portugalliae Regno summam Cancellarii Maximi praefecturam suscepisse coegit. Morery Reduc. y Rest. de Portug. Part. 4. cap. 14. Oraculo del derecho Civil. Pinel. Select. Juris Interp. lib. 1. cap. 2. n. 2. insignis primus Consultus Lusitanus. D. Franc. Manoel Cart. 1. da Cent. 4. o Famoso. Faria Europ. Portug. Tom. 3. Part. 2. cap. 1. n. 23. de conocida nobleza, y por la Iurisprudencia alcanço renombre de grande, y que en su seso, y intereza fue maravilloso. e no Cathal. dos Author. Portug. M. S. cujo original vimos: celeberrimo en leys, varon solido. e no Coment. das Rim. de Cam. Tom. p. 116. En leys merecio el renombre de grande. Nicol. Anton. Bib. Hisp. Tom. 2. p. 138. col. 2. Viri doctissimi genus doctrinae, atque inmensam librorum, qui utrumque jus explicant, lectionem, nec non & acre in conciliandis, atque interpretandis Pragmaticorum sententiis judicium praeter vulgarem famam, egregie commendant vulgata ejus opera, viva quidem & spirantia authoris sui maximis non hujus solùm, sed praecedentis aevi homnibus comparandi futura ad posteros monumenta. Sanches de Judiciis Quaest. 3. n. 7. insignis e quaest. 5. n. 7. numquam satis laudatus. Macedo Lusit. Lib. lib. 1. cap. 14. n. 9. ille Jurisconsultus eximius cujus praeclara habemus volumina aequaliter religiosus, & doctus adeoque liber in non ocultando veritate. e nas Flor. de Hesp. cap. 8. Excel. 9. por su gran erudicion ganò renombre de insigne. Velasco Alleg. 13. n. 1. Colendissimus Praeceptor. Oliva de Foro Eccles. Part. 1. quest. 11. n. 53. numquam satis laudatus. Portug. de Donat. reg. Tom.1. lib. 1. Praelud. 1. n. 27. insignis Navarro in Apolog. lib. de reddit. Eccles. Quaest. 2. n. 6. Virum doctissimum. Covarruvias variar. Tom. 1. cap. 3. n. 11. Virum plane doctissimum. Carvalho ad C. Raynald. Part. 1. n. 47. insignem, & n. 399. Juris Civiles Coriphaeum. & Part. 2. n. 76. Solida Juris columna. Phaebo Decis.115. n.35. insignis,&praeceptor communis. Jano Nic. Erith. Pinacothec. vir. Illustr. Part. 2. Imag. 18. qui doctissimis suis interpretationibus complures Juris Civilis legu nodos multis, atque arcanis inter se nexibus implicatos, ac consertos explicatos, ac liberos reddidit. Deniz Simon Biblioth. Historiq. des Autheurs do Droit. Tom. 1. p. 32. Compoz

Commentaria ad interpretationem Tit ff. de Soluto Matrimonio quemadmodum dos petatur. fol. 2. Tom. Matriti apud Ludovicum Sanches 1595. Francforti in Collegio Baltheniano 1596. fol. & ibi 1606. fol. 2. Tom. & ibi 1625. fol. & Lugduni apud Laurentium Arnaud. 1668. fol.

Commentarii ad Interpretationem Tit. ff. de Judiciis. Ulyssipone apud Petrum Crasbeeck 1613.Francforti in Collegio Musarum Paltheniano 1615. fol. Lugduni apud Lodovicum Prost 1622. fol. & Francforti apud Wolfgangum Endterum. 1650. fol.

Commentarii ad Rubricam, & leges. C. de Praescriptionibus XXX. vel XL. annoru. Ulyssipone apud Gerardum á Vinea 1627. fol. Turnoni apud Laurentium Durand 1629 8. & ibi per umdem 1636. fol. Foy dedicado ao Duque de Bragança D. Theodosio II. por Pedro Barbosa de Luna sobrinho do Author.

Commentariis ad Tit. de Legatis, & vulgari substitutione unà eum Tractatu de probatione per Juramentum. Lugduni apud Joannem Antonium Huguetan, & Marcum Antonium Ranaud 1662. fol. & Papiae fol. 1664. fol. Sahiraõ todas estas obras ultimamente Coloniae Allobrogum apud Pelisaru, & Socios 1737. fol. 6. Tom.

Allegatio pro Baronia de Quinto. Caesaraugustae. 1599. fol.

Allegatio in casa Proregis extranei in Regno Aragoniae. fol. Sem anno da Impressaõ.

Comment. in L. Quo mines ff. de Fluminibus. M. S. He allegada por Phaebo Decis. 133. n. 23.

Commentarii de haeredibus instituendis. M. S. He allegado por Gabriel Pereira de Castro Decis. 51. n.2.

Parecer sobre a invalidade do Casamento do Duque de Alva, com a filha do Duque do Infantado. Madrid. fol. M. S.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]

Pedro Barbosa Homem

PEDRO BARBOSA HOMEM, natural da Villa da Feira do Bispado do Porto, sendo filho do Licenciado Diogo Homem, e Lucrecia Barbosa. Estudou Jurisprudencia Canonica em a Universidade de Coimbra, onde recebido o grao de Bacharel foy Dezembargador da Relaçaõ Ecclesiastica do Bispo da Guarda D. Affonso Furtado de Mendoça. Querendo dilatar a esfera da sua sciencia juridica por diversas partes, foy Juiz de fóra da Covilhãa, Corregedor da Cidade de Tavira, e Desembargador da Relaçaõ do Porto, em cujos lugares deu a conhecer a integridade da sua consciencia, que nunca se manchou para a distribuiçaõ da Justiça com o soborno das dadivas, e o respeito dos poderosos. Foy ornado de varia erudiçaõ, como se manifesta na obra seguinte.

Discursos de la juridica, y verdadera razon de Estado formados sobre la vida,y acciones del Rey D. Juan el segundo de buena memoria Rey de Portugal llamado vulgarmente el Principe Perfeito contra Machavelo y Bodino y los de mas politicos de nuestros tiempos sus sequazes. Lisboa por Nicolao Carvalho 1627. 4.

Tractatus Analyticus in quo cõcordia inter utriusque Fori jurisdictions brevissimo compendio assignatur. fol. M. S. Conserva-se na Livraria do Excellentissimo Marquez de Gouvea Mordomo mór com todas as licenças para se imprimir.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]

Pedro Barbosa de Luna

PEDRO BARBOSA DE LUNA, natural de Vianna do Minho, filho de Miguel Jacome de Luna, e Genebra Barbosa irmã do insigne Jurisconfulto Pedro Barbosa, do qual assima se fez larga memoria. Estudou Jurisprudencia Cesarea na Universidade de Coimbra, em cuja Faculdade recebidas as insignias doutoraes, foy admitido a Collegial do Collegio Real de S. Paulo a 23 de Novembro de 1584. Foy Desembargador do Porto, e da Casa da Suplicaçaõ, e Corregedor da Corte. Por naõ administrar rectamente estes lugares esteve prezo vinte e dous annos, e ultimamete condenado a despir a Béca, cuja sentença se revogou. Foy cazado com D. Antonia de Mello, filha herdeira de Miguel da Franca Diniz Senhor de Serzedelo, e Alvarenga, e de sua mulher D. Guiomar de Vasconcellos, de quem teve Luiz de Mello Deaõ da Cathedral de Braga, e Deputado do Conselho Geral do Santo Officio, do qual se fez mençaõ em seu lugar. D. Pedro Barbosa Deça Conego de Evora, Prior mór de Aviz, e Bispo de Leiria, de cuja dignidade tomou posse a 10 de Setembro de 1636: e a Miguel de Vasconcellos Secretario de Estado da Princeza Margarita Duqueza de Mantua, o qual acabou em o primeiro de Dezembro de 1640. tragica victima do furor popular. Entrando de noite para sua casa situada em o Chafariz delRey em Lisboa, foy morto de huma estocada a 23 de Outubro de 1621. Jaz sepultado na Igreja da Casa professa de S. Roque na sepultura de seu Tio materno o insigne Pedro Barbosa, do qual tinha publicado em o anno de 1613. Tratado de Judiciis, e o dedicou á Magestade de Filippe III. onde em seu louvor está huma elegante Elegia, composta por Vasco Mouzinho de Quevedo. Publicou

Informacion en derecho sobre el caso del Doutor Pedro Barbosa. Naõ tem lugar, nem anno da Impressaõ.

Alvitre, que o Desembargador Pedro Barbosa deu a S. Magestade contra os juros que possuem os herdeiros de André Ximenes, dizendo serem usurarios, que por serem estaõ perdidos para a Coroa com os redditos tudo em dobro conforme a Ordenaçaõ. Item relaçaõ da fórma com que Sua Magestade mandou vender sinco contos e quatrocentos mil reis de juro ás pessoas, que os quizessem comprar para com o dinheiro delles se cumprir com André Ximenes. Madrid por Diogo Flamengo 1721. fol.

Memorial de la preferencia que haze el Reino de Portugal y su Consejo al de Aragon, y de las dòs Sicilias. Lisboa por Giraldo da Vinha 1627. 4. Esta obra posthuma offereceo seu filho Miguel de Vasconcellos a D. Affonso Furtado de Mendoça Arcebispo de Braga nomeado de Lisboa, Conselheiro de Estado, e Governador do Reino. Faz duplicada memoria de Pedro Barbosa de Luna, meu irmaõ D. Jozé Barbosa nas

Mem. do Colleg. Real de S. Paulo. p. 102. §. 43. e no Archiathen. Lusit. p. 21.

Ut sint Barbosae veneranda oracula juris

Verba fluent valido dulcis quae flumina linguae

Sufficiet mentem quod sanguine junctus eodem

Instruat insignis Barbosa agnomine Petrus.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]

Pedro Barreto de Resende

PEDRO BARRETO DE RESENDE, Cavalleiro professo da Ordem Militar de S. Bento de Aviz. Acompanhou ao Conde de Linhares D. Miguel de Noronha, quando no anno de 1629 sahio da barra de Lisboa com o lugar de Vice-Rey da India, onde foy Capitaõ, e se restituhio a Portugal com o mesmo Vice-Rey. Foy casado tres vezes, e do primeiro matrimonio teve duas filhas. Falleceo em Lisboa no anno de 1651. Jaz sepultado na Igreja do Carmo. Compoz

Noticias de todas as Praças que os Portuguezes tinhaõ na India, desde seus principios até o seu tempo com os rendimentes de cada huma. Estavaõ primorosamente debuxadas com as figuras dos Vice-Reys illuminadas até o Conde de Linhares. Conservava-se em poder de Joaõ de Saldanha.

Relaçaõ da Familia dos Sylveiras Lobos até o Conde de Sarzedas D. Rodrigo Lobo da Sylveira. fol. M. S. Parte destas obras cõmunicou seu Author a Joaõ Franco Barreto, como escreve na Bib. Portug. M. S.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]

Pedro de Barros

PEDRO DE BARROS, natural da Villa do Fundaõ em a Provincia da Beira celebre professor de Medicina que ensinou na Corte de Turim, onde foy Physico mór de Carlos II. Duque de Saboya. Pelo methodo com que triunfava das enfermidades mais rebeldes mereceo a estimaçaõ das mayores Pessoas de huma, e outra Jerarchia Ecclesiastica, e Secular. Falleceo no anno de 1558, quando excedia a idade de 90 annos. Compoz

De Pestilentia, ejusque curatione per perservationem & curationum regimen. Taurini apud Franciscum da Sylva 1507. 4. & Parisiis apud Nicolaum Roussel. 1513 . 8.

Lexipyritae perpetuae quaestionis, & annexorum solutio. De nobilitate facultatis medicae. Utrum Medicina, & Philosophia sint nobiliores utroque jure scilicet Civili, & Canonico. Et qui Doctores earundem Facultatum nobiliores, & diniores existimant, quomodo ve incidere, ac invicem procedere debeant. Taurini per Franciscum da Sylva. 1512. fol.

De medendis humani corporis malis Enchiridion. chamado Venimecum. Francforti apud Joannem Saurium 1512. 12. Lugduni per Sebastianum Honoratum 1561. 12 & Basilae apud Petrum Pernam 1563. 8. Sahio com o Tratado da Pestilentia.

De doloribus morbi Gallici. Venetiis. 1566.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]