Set 18, 2018
PAULO NOGUEIRA DE ANDRADE, Fidalgo da Casa de Sua Magestade, Cavalleiro professo da Ordem de Christo, Familiar do Santo Officio e Secretario de Sua Magestade do Registro das Merces naceo em Lisboa a 16 de Abril de 1679. Foraõ seus Progenitores Amaro Nogueira de Andrade Fidalgo da Casa de Sua Magestade, Cavalleiro da Ordem de Christo, e Secretario do Registro das Merces, e D. Jozefa de Brito de igual nobreza á de seu Consorte. Instruido nos preceitos da lingua Latina, e na intelligencia das letras humanas e da Filosofia se aplicou com disvelo a penetrar os mysterios da Poetica em cuja aplicaçaõ fez taes progressos o seu prespicaz engenho que a explicou na Academia dos Aplicados com aplauzo dos seus Collegas. Celebrando a mesma Academia o certame Eucharistico em o anno de 1724. em a famoza Casa que está junto da Portaria do Real Convento dos Erimitas de Santo Agostinho desta Corte alêm de compor grande numero de versos assim Latinos como Portuguezes aos assumptos do mesmo certame, dispendeo com profuza liberalidade todo o valor dos premios com que se remuneraraõ as melhores Poezias. Admetido a Collega da Academia dos Ocultos instituida em Casa do Illustrissimo em Excellentissimo Conde de Villar-Mayor seu Secretario tem composto grande copia de Poezias aos assumptos que nella se propoem, dos quaes sómente lograraõ da luz publica as seguintes.
Doze Outavas Portuguezas á morte do Serenissimo Rey D. Joaõ V. Sahiraõ a pag. 46 da Colleçaõ das Poezias, que a este assumpto fizeraõ os Academicos Ocultos. Lisboa: por Manoel Soares Vivas 1750. 4.
Dous Sonetos, e huma Sylva Pastoril á morte do Illustrissimo e Excellentissimo Marquez de Valença D. Francisco Paulo de Portugal. Sahiraõ na pag. 94 95 e 145 da Colleçaõ das Poezias que Academia dos Ocultos dedicou a este assumpto. Lisboa: por Francisco da Sylva. 1751. 4.
Arte Poetica Lusitana. 4. M. S.
Conferencias Academicas. 4. 2. Tom. M. S.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]
Set 18, 2018
P. PAULO DE OLIVEYRA, naceo em a Cidade de Chaul situada na India Oriental onde teve por Progenitores a Gaspar Homem de Oliveira, e Maria Gomez. Com resoluçaõ mayor que a idade pois naõ excedia de quinze annos passou a Portugal, e em o Noviciado de Evora recebeo a roupeta de Jesuita a 29 de Outubro de 1571, e nesta sagrada palestra frutificou o seu grande engenho nas sciencias divinas, e humanas, sendo hum dos celebres Mestres de Theologia do seu tempo de cuja Faculdade deixou escrito.
In Sextum, & Nonum Decalogi Praeceptum. fol. M. S. Conserva-se no Collegio de Evora como affirma Joaõ Franco Barreto na Bib. Portug. M. S.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]
Set 18, 2018
PAULO OROSIO. Varaõ eminente na piedade, e sciencia, que florecendo no seculo quinto nobilitou com o seu nacimento á augusta Cidade de Braga. Ordenado de Presbitero como fosse profundamente versado na intelligencia das letras sagradas dezejava, que se decidisse a mayor questaõ que se controvertia em Espanha qual era sobre a origem da alma racional seguindo os sequazes de Origenes que fora criada antes de haver mundo, e defendendo os discipulos de Priscilliano, como os Manicheos, que era huma porçaõ de substancia divina collocada no corpo para ser punida, ou premiada conforme o seu merecimento. Movido de superior impulso resolveo passar a Africa para consultar em materia taõ grave ao grande Agostinho. Sahio de Braga no anno de 413 e chegando á prezença do Santo Doutor o recebeo com grandes significaçoens de affecto pois se venerava no seu aspecto, e palavras hum perfeito exemplar de todas as virtudes. Por hum Memorial doutamente escrito rogou a Santo Agostinho quizesse decidir a questaõ da origem da alma pois fora o principal motivo da sua jornada, como tambem fulminasse com o rayo da sua penna os hereticos erros de Origenes, e Priscilliano de que estava inficionada grande parte de Espanha. Perplexo o perspicaz juizo de Agostinho na decizaõ da origem da alma, como elle confessa repetidamente nas suas obras, lhe pareceo passasse Orosio á Palestina a consultar a S. Jeronimo em taõ grave questaõ escrevendo-lhe huma Carta em que o constituhia arbitro daquella controversia, a qual sendo entregue por Orosio lhe respondeo vocalmente escuzando-se de o naõ fazer por escrito. Antes de sahir da Palestina passou a Jerusalem a vizitar os lugares santificados com o sangue do Divino Redemptor. Neste tempo sucedeo a prodigiosa invençaõ das sagradas reliquias dos corpos de Santo Estevaõ Primogenito dos Martyres, Nicodemos discipulo de Christo, Gamaliel Mestre de S. Paulo, e de seu filho Abibon, cujas sepulturas haviaõ trezentos annos que estavaõ ocultas á noticia humana. Deste precioso thezouro repartio parte o Presbitero Luciano a quem Deos o revelara, com Avito Presbitero Bracharense, e conhecendo este a Orosio por seu Patricio se alegrou com extraordinario jubilo de ver a hum taõ veneravel Varaõ, e como elle voltava por Africa a Hespanha valendo-se de ocaziaõ taõ oportuna lhe entregou huma Carta escrita a Balconio que naquelle tempo possuia a Mitra de Braga, e a todo o Clero, e povo Bracharense em que se lastimava das calamidades que padeciaõ os seus Patricios, e juntamente com a Carta mandou o sagrado donativo das reliquias para ornato, e proteçaõ da sua Patria. Querendo Orosio deixar a Palestina se lhe offereceo em Jerusalem hum combate em que triunfou o ardente zelo da sua Fé. Tinha Pelagio de naçaõ Inglez, e por habito, e naõ por profissaõ Monge semeado os seus abominaveis dogmas em Inglaterra, e Roma, e passando do Occidente ao Oriente assistia em Jerusalem com intento de os introduzir. Para que se acautelassem da sua cavilosa doutrina suplicaraõ por cartas Lazaro Bispo de Marselha, e Heros Bispo de Arles que fosse examinada em hum Concilio, e sendo congregado por Joaõ Bispo de Jerusalem em que sómente assistiraõ Presbiteros sendo a elle admitido Orosio promoveo com fervorosa actividade fossem condenados os erros de Pelagio, como tinhaõ sido os de Celestio, porem como o Presidente do Concilio fosse muito afecto a Pelagio naõ tiveraõ effeito as instancias de Orosio, de que resultou escrever aquella celebre Apologia pela liberdade do alvedrio humano em que confutou o principal delirio daquelle Heresiarca. Restituido a Africa informou a Santo Agostinho da conferencia que tivera com S. Jeronymo na Palestina, e observando prudentemente que como Hespanha estava dominada de barbasros, e aflicta com sanguinolentas guerra naõ podia sem manifesto perigo collocar em Braga as reliquias que lhe dera Avito determinou demorar-se em Africa até que chegasse ocaziaõ oportuna para a sua jornada. Neste tempo que assistio com Santo Agostinho lhe ordenou rebatesse com a sua penna huma calumnia inventada pela cegueira dos Gentios, que atribuiaõ as infelicidades do Imperio Romano por ter muitas Provincias abraçado a Religiaõ Christaã, e abjurado a falsidade da idolatria. Com summo gosto emprendeo Orosio esta incumbencia mostrando nos sete livros da Historia do mundo que compoz, as calamidades de que fora theatro desde o seu principio as quaes naõ podiaõ ter a sua origem na Religiaõ Christaã por sucederem muito antes do nacimento de seu Author. Finalizada esta obra se despedio de Santo Agostinho com intento de se restituir a Hespanha, e collocar as reliquias na Sé de Braga, das quaes repartio com algumas Igrejas de Africa, mas estando embarcado aportou impellido de huma furiosa tormenta á Ilha de Menorca em Porto Mahon, onde informado das sanguinolentas guerras que infestavaõ a Hespanha depozitou nesta ilha as sagradas reliquias que foraõ cauza de abjurarem os seus erros muitos sequazes da Sinagoga, de cuja admiravel conversaõ informou por huma Carta circular a todas as Igrejas de Africa Severo Bispo de Menorca. Estas saõ as acçoens da vida de Orosio fielmente relatadas conforme os Authores mais criticos como saõ Fr. Anton. Pagi Crit. Ad Annal. Baron. ann. 415 e seguintes Fleury Hist. Eccles. liv. 23 ann. 414. Ferreras Hist. de Espan. Tom. 3. al an. 414 e 415. Dupin Bib. de Autheurs Eccles. Tom. 3. pag. mihi 869. O dia do seu nacimento como da sua morte, e lugar da sepultura totalmente se ignora cujas noticias se achaõ no adulterado Flavio Dextro com tantos anacronismos como palavras que larga, e doutamente refutou o grande Nicolao Antonio Bib. Vet. Hisp. lib. 3. cap. 1. à num. 28 até 40. Semilhante credito merece Fr. Antonio da Purif. Chron. da Prov. de Portug. dos Erimit. de Santo Agostinho Part. 1. liv. 1. Tit. 8. §. 3. vestindo o seu habito, e fazendo-o Fundador de diversos Conventos da sua Ordem com aquelles fundamentos forjados na fecunda officina da sua fabulosa idéa. Sobre a Cidade que foy berço deste insigne Varaõ disputaraõ Braga, e Tarragona; porém a primeira fundada em argumentos mais convincentes se jacta de ter produzido taõ estimavel filho. Desta opiniaõ foraõ propugnadores Fr. Bernardo de Brito Mon. Lusit. Part. 2. liv. 6. cap. 27. Illustrissim. Cunha Hist. Eccles. de Brag. Part. 1. cap. 58, e 59 e Hist. Eccles. de Lisboa Part. 1. cap. 28. o Licenciado Jorge Cardozo Agiol. Lusit. Tom. 2. pag. 331. col. 1. e Tom 3. pag. 727. col. 1. e os mayores Criticos de Hespanha como saõ Padilla Hist. Eccles. De Hespan. Tom. 1. cap. 9. Sandoval Chron. delRey D. Leaõ fol. 11. Nicol. Ant. Bib. Vet. Hisp. lib. 3. cap. 3. n. 2. e D. Gaspar Ibanes de Segovia Marquez de Mondejar Dissert. Eccles. Part. 1. Dissert. 4. cap. 1. No anno de 1702 sahio D. Paulo Ignacio de Dalmasses y Roz Chronista do Principado de Catalunha com huma Dissertaçaõ Historica querendo mostrar que Tarragona fora a verdadeira patria de Orosio a cujos fundamentos mais subtis que solidos respondeo nervosamente o Padre D. Jeronimo Contador de Argote Clerigo Regular, e Academico da Academia Real nas Memorias para a Historia Eccles. do Arcebispado de Braga Tit. 2. Tom. 1. liv. 2. cap. 9. Discurs. 8 onde deixou evidentemente provado que Orosio fora nacido em Braga, e naõ em Tarragona.
Obras de Orosio.
Historiarum ab exordio mundi libri septem. Esta obra, como ja se disse, foy escrita por ordem de Santo Agostinho em cuja prefaçaõ diz o Author ao mesmo Santo, que nella compilara quaecumque aut bellis gravia, aut corrupta morbis, aut fame tristia, aut terrarum motibus terribilia, aut innundationibus aquarum insolita, aut eruptionibus ignium metuenda, aut ictibus fulminum, plagisque grandium saeva, vel etiam parrecidiis, flagitiisque misere per transacta saecula reperisset. A esta obra intitularaõ o Papa Gelasio cum Conc. Rom. in Cap. Sancta 3. Dist. 15. Historia adversus Paganorum calumnias. Freculpus Lexoviensis Chron. Tom. 2. lib. 3. cap. 12. adversus gentes. Gotfred. Viterbiensis Historiae. Engelberto Abbade Admentense in Spec. Virt. e Martinho Polono in Praef. sui Chron. Chronica. Passados dous seculos sahio com o nome de Hormesta, ou Ormesta palavra incognita a Gregos, e Latinos. Estevaõ Vinando Pighio in Hercul. Prod. E André Scoto na prefaçaõ das suas Notas á ediçaõ de Moguncia a intitularaõ Orchestra cujo nome explica Thomaz Reynesio Var. lect. Cap. 3. dizendo. Quemadmodum in Orchestra omnis generis spectacula seria, ludrica exhibentur; ita in isto Commentario, seu in Theatro omnis generis Historiae rerum Romanorum vicissitudines, infortunia, bella caedes, Victoriae, & eventus producuntur, & narrantur. Gerardo Joaõ Vossio de Hist. Lat. lib. 2. cap. 14. conjectura que em lugar de Orchestra se lesse Hormathum que he o mesmo que cadeya, e serie de sucessos continuados. Bonifac. de Script. Hist. Rom. cap. 31 entende que a palavra Ormesta por erro dos Amanuenses que escreveraõ por letras iniciaes se corrompeo do Orbis tristitia, ou de Or. m. ista. Orosii Mundi Historia. Foy composta em Africa, e naõ em Hespanha como sem fundamento escreveo Pagi Crit. ad Baron. Ad an. 417. n. 23, e a findou no anno de 417 como doutamente prova o P. D. Jeronymo Contador de Argote Mem. da Hist. Eccles. de Braga Tit. 2. Tom. 1. liv. 2. cap. 2. contra Ambrozio de Morales, que escreveo liv. 11. cap. 19. que Orosio a concluira no anno de 419. Grandes elogios mereceo Orosio por esta obra intitulando-o o Pontifice Gelasio vir eruditissimus: Genadio eloquens historiarum cognitor que Saõ Prospero verte conditor. Cassiodoro de Div. Lect. cap. 17. Christianorum temporum, &paganorum collator. Joan. Sarisbiens. de Nug. Curial. lib. 8. cap. 18. magni discipulum Augustini propter religionem fidei nostrae veritati diligentiùs institisse Fortunat. Venant. lib. 8. Epist. 1.
Quod tonat Ambrosius, Hyeronimus, atque coruscat,
Sive Augustinus fonte fluente rigat.
Sedulius dulcis, quod Orosius edit acutis
Regula Caesarii linea nata sibi est.
A primeira ediçaõ desta obra, que foy oculta a Nicolao Antonio como confessa na Bib. Vet. Hisp. lib. 3. cap. 1. num. 16. sahio com o titulo de Chronographia sive in Chrisliani nominis querulos Historiarum libri septem. Augustae Vindilicorum apud Joannem Schusler 1471. fol. Desta ediçaõ faz memoria Miguel Mattayre Annal. Typog. Tom. 1. pag. 94. Sahio segunda vez Venetiis per Christophorum de Pensis de Mandello opera, & impensis Octaviani Scoti 1499 fol. e naõ 1483 como diz Nicol. Ant. Bib. Vet. Hisp. Iib. 3. cap. 1. n. 161. Desta impressaõ se lembra Mattayre. Annal. Typog. Tom. 1 . pag. 359. Venetiis opera, & expensis Bernardini Veneti de Vitalibus 1500. XII. Octobris fol. com o titulo Historiae. Coloniae sem anno de ediçaõ. Na prefaçaõ tem as seguintes palavras. Scias velim, humanissime Lector, Aeneam Vulpem Vicentinum Priorem Sanctae, Crucis adjutore Laurentio Brixiensi historias Pauli Orosii, quae continentur hoc Codice, quam acuratissime potuit, castigasse; cui non improbando sane labori siquid ex ingenio tuo, vel melius, vel aptius addendum putabis, id honore ejus integro facias, obsecro, quod est non ingrati animi officium. Bartholamaeus Paiellus eques Vicentinus in P. Orosium.
Ut ipse titulus margine in primo docet
Orosio nomen mihi est.
Librariorum quidquid erroris fuit
Exemit Aeneas mihi:
Meque imprimendum tradit non alteri
Hermane quàm soli tibi;
Hermane nomen hujus artis, & decus,
Tuaeque laus Coloniae.
Quondã situm orbis, si que nostra ad tempora
Ab orbis ipsa Origine,
Quisquam tumultus, bella, & caedes velit
Cladesque nosse, me legat.
Parisiis apud Petit. 1506. & ibi 1507. apud Othenartum. 4. com o titulo. Historiarum opus praestantissimum. Desta ediçaõ faz mençaõ Not. Utiusque Vasconiae lib. 3. cap. 8. & Parisiis typis & Caracteribus Petri Vidovaei 1524. fol. Coloniae 1526. Esta ediçaõ preparou Gerardo Bolsuinge extrahida de tres antigos Codices dos quaes huma que estava em Colonia com grande dificuldade se podia ler emendando muitos defeitos que haviaõ nas outras ediçoens antecedentes. Coloniae apud Martinum Cholinum 1573. 8. & ibi per eumdem 1582. 8. Parisiis per Michaelem Somnium 1583. digesta por Lourenço de la Barre. Coloniae 1589. 8. Moguntiae apud Cholinum 1615 cum Notis Ludovici Brautii Presbiteri Gandavensis & ibi 1615. 8. cum annotationibus Francisci Fabricii, & novis Ludovici Lautii notis ex recensione Andreae Scoti. Coloniae impensis Godofredi Hydorpii. 1526. fol. & Moguntiae per Gasparem Gennepaeum 1542, e ultimamente Lugd. Batav. 1738. 4. cum animadversionibus Sigiberti Havercampi. Sahio traduzida em Francez. Pariz por Antonio Verard. 1491. fol. 2. Tom. & ibi por Filippe le Noit 1526. fol. Na lingua Ingleza a traduzio Alfredo Rey de Inglaterra conforme escrevem Guilherme Candeno, e o Epitomador de Gesnero. Na Castelhana a verteo, e deixou M. S. Diogo de Yepes Toledano.
Commonitorium, sive consultatio ad S. Augustinum de errore Pricillianistarum, & Origenistarum. Sahio no Tom. 2. Oper. D. Augustini como escreve Filippe Labbe de Script. Eccles. Tom. 2. p. 176.
Liber Apologeticus de arbitrii libertate contra Pelagium. Esta obra que sem fundamento negaraõ ser de Orosio Fr. Pedro Wastalio Carmelita, lib. 3. Vindic. Sect. 5. p. 568. e Fr. Joaõ Bautista Lezana Annal. Carmel. ad an. 415. A reconheceraõ por genuino parto da sua penna Vicente Bellovacenc. Specul. Histor. lib. 18. cap. 6. Santo Antonino Histor. Part. 2. cap. 10. Vossius de Hist. Latin. lib. 2. cap. 14. o Eminent. Cardeal de Noris Hist. Pelag. lib. 1. cap. 7.Nat. Alexand Hist. Eccles. Saecul. 5. cap. 3. art. 6. §. 2. e principalmente Joaõ Garnerio Dissert. 6. de Script. advers. haer. Pelag. cap. 3. dizendo desta obra non grandem sed rerum dogmatumque ita plenum ut nulli fere ejusdem aevi lucubrationi cedat, multis praestet ad invidiam usque nonnullorum. Sahio primeiramente. Lovanii apud Martinum Verhasselt. 1558. 8. Coloniae apud Maternum Cholinum 1574. 8. Depois sahio illustrada por Francisco Fabricio Marcodurano 8. e no Tom. 15. Bib. Vet. Patrum da ediçaõ de Colonia, e ultimamente no Suplemento da Bib Patrum da impressaõ de Pariz, onde por deligencia do Padre André Scoto Jesuita lhe separou quatorze Capitulos do livro de Natura, & Gratia de Santo Agostinho, que foraõ insertos na Apologia de Orosio por algum Amanuense menos douto. Parisiis apud Joannem Parvum 1524. Coloniae per Cervicorum. 1536. 8. e Parisiis apud Petrum Vidovaeum 1639. 8.
Quaestiones de Trinitate, & aliis Scripturae locis ad Augustinum. Parisiis apud Michaelem Vascosanum 1533. fol. Começa. Licet multi,probatissimi Viri, &c.
De situ antiquo Babilonis, & Carthaginis. Esta obra atribuida a Orosio estava escrita em pergaminho na Livraria de D. Antonio Agostinho Bispo de Tarragona.
Dialogus sexaginta quinque quaestionum Orosii per contantis, & Augustini respondentis. He commumente julgada por apocryfa.
De Adam. A esta obra louva Francisco Ximenes no livro de las Donas, escrito em lingoa Valenciana.
In Cantica Canticorum. Esta Obra, que a Orosio atribue Trithemio, a quem seguiraõ Possevino, Gesnero, e Xisto Senense he certamente de Honorio Augustodunense, como affirmaõ Vossius lib. 1. Hist. Pelag. e Dupin Bib. Des Autheurs Eccles. dizendo que se acha entre as obras de Origenes, e no Tom. 7. Bib. Patrum
In Epistolas Pauli ad Romanos. Deste Comentario o faz Author Mirabelius Polianth. verbo Christi Crux.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]
Set 18, 2018
Fr. PAULO DE S. PEDRO, natural da Cidade do Porto, e Religioso professo da Serafica Provincia de Santo Antonio dos Capuchos, onde se aplicou com disvelo á Theologia Moral, e liçaõ da Historia Ecclesiastica, principalmente examinando com igual juizo, que diligencia todos os monumentos da Ordem Serafica para como filho benemerito de taõ grande Mãy eternizar com a penna as açoens de seus alumnos, que floreceraõ desde a sua fundaçaõ até o tempo em que passou de caduco a eterno em o Convento de Viseu a 2 de Janeiro de 1641. Compoz
Supplemento das Chronicas da 1. Ordem de S. Francisco.
Supplemento das Chronicas da 2. Ordem, qual he a de S. Clara.
Supplemento das Chronicas da 3. Ordem, que he a da Penitencia.
Estes tres volumes se conservaõ M. S. na Livraria do Convento de Santo Antonio dos Capuchos de Lisboa.
Delle faz memoria Fr. Manoel da Esperança Hist. Seraf. da Prov. de Portug. Part. 1. liv. 2. cap. 25. n. 13. intitulando a esta obra Monarchia Serafica.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]
Set 18, 2018
P. PAULO PEREIRA, natural da Cidade de Angra Capital da Ilha Terceira. Foraõ seus Progenitores Antonio Pereira Ajudante do Terço do Castello de S. Joaõ Bautista, e Anna Nunes. Aprendidos os rudimentos Grammaticaes no Collegio dos Padres Jesuitas da sua patria passou a Lisboa, e no Noviciado da Cotovia abraçou o instituto da Companhia de Jesus a 31 de Outubro de 1672, quando contava 17 para 18 annos de idade. O engenho perspicaz, de que largamente o dotou a natureza, lhe facilitou comprehender brevemente as Sciencias amenas, e severas, dictando aquellas nos Collegios de Braga, e de Lisboa, e estudando estas no Collegio de Coimbra. Aplicou-se com particular disvelo a Theologia Moral, como necessaria directora das conciencias dictando as suas principaes Materias nas Ilhas da Madeira, e Terceira, e ultimamente em o Collegio de Lisboa. Foy Reitor do Collegio da Ilha de S. Miguel, em cujo governo experimentaraõ os subditos os effeitos da sua naural benevolencia. Praticou eminentemente os preceitos da Oratoria Ecclesiastica, sendo ouvido nos mais authorizados pulpitos da Corte com aplauso universal. Ao tempo que tinha escrito o Sermaõ da Canonizaçaõ do Summo Pontifice S. Pio V. com que se fechava o solemnissimo Oitavario que no Real Convento de S. Domingos de Lisboa lhe dedicou, como a taõ illustre filho a preclarissima Ordem dos Prégadores, adoeceo de huma febre maligna que fazendo-se rebelde a todas as diligencias da Medicina, recebidos piamente os Sacramentos, o privou da vida a 29 de Mayo de 1713, em o Collegio de S. Antaõ de Lisboa, quando contava 58 annos de idade, e 41 de Religiaõ. Ao seu Funeral assistio toda a Comunidade dos Religiosos de S. Domingos igualmente sentida, que obsequiosa. Sahiraõ posthumos
Sermoens varios a diversos Assumptos, e solemnidades. Tom. 1. Lisboa, na Officina Real Deslandesiana 1715. 4.
Faz larga memoria deste insigne Varaõ o P. Antonio Cordeiro Hist. Insulan. liv. 6. cap. 43. n. 449. e seguintes.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]