Nov 8, 2018
Fr. MANOEL BAPTISTA alumno da Serafica Provincia da Madre de Deos da India Oriental, Mestre na sagrada Theologia, e muito perito nas linguas Orientaes. Para instruçaõ dos Neofitos escreveo na lingua Oriental.
Cathecismo. 4. M. S.
De cuja obra fazem mençaõ Fr. Jacinto de Deos Vergel de Plant. e Flor. cap. 1. pag. 10., e o addicionador da Bib. Orient. de Antonio de Leaõ. Tom. 1. Tit. 16 col. 528.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]
Nov 8, 2018
MANOEL BARATA natural de Lisboa, e hum dos mais celebres Mestres de escrever, que floreceraõ no seu tempo de cuja arte abrio escola publica na sua patria, e mereceo que fosse seu discipulo o Princepe D. Joaõ filho do Serenissimo Monarcha D. Joaõ o III. formando os Caracteres taõ semelhantes aos do Mestre que se enganavaõ os olhos para os distinguir. Naõ satisfeito de ter publicado.
Arte de escrever. Lisboa 1572. 4.
Se empenhou a entalhar em madeira diversos generos de Abecedarios para facilitar a formaçaõ dos Caracteres cuja obra louva Manoel de Faria, e Sousa Comment. as Rim. de Cam. Cent. 2. dos Sonet. p. 298. Col. 2. Sus rasgos son pocos, mas cuerdos estremador y de notable ayre. Sahio posthuma com o seguinte titulo.
Exemplares de diversas sortes de letras tirados da Polygraphia de Manoel Barata Escritor Portuguez acrecentadas pelo mesmo Author para comum proveito de todos. Derigido ao Excellentissmo D. Theotonio Duque de Bragança e de Barcellos Condestavel dos Reynos de Portugal. Lisboa por Antonio Alvres 1590. 4. ao comprido. & ibi por Alexandre de Siqueira. 1592. 4. No fim tem Tratado de Arithmetica. Em aplauso da sua penna lhe dedicou o seguinte Soneto que he 87. da 2. Centuria o divino Camoens.
Ditosa penna como a maõ que a guia
Com tantas perfeiçoens da subtil a arte,
Que quando com razaõ venho louvarte,
Em teus louvores perco a fantesia.
Porem amor, que efeitos varios cria
De ti cantar me manda em toda a parte,
Naõ em plectro belligero de Marte,
Mas em suave, e branda melodia.
Teu nome Emmanuel de bum, e outro polo
Voando se levanta, e te pregoa
Agora, que ninguem te levantava;
E porque immortal sejas eis Apolo
Te offerece de flores a Coroa,
Que ja de longo tempo te guardava.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]
Nov 8, 2018
MANOEL BARBOSA naceo em a nobre Villa de Guimaraens a 16. De Agosto de 1546. Foraõ seus Progenitores o Licenciado Antonio Thomaz, e Catherina Barbosa filha do Doutor Manoel Barbosa Fisico do Cardial Infante, e de sua mulher Branca Gomez Bravo neta de Martim Gomez Bravo Fidalgo de Asturias. Desde a primeira idade deu claros argumentos do juizo, e capacidade de talento para comprehender as sciencias que practicou no largo espaço do tempo que viveo. Instruido nas linguas Latina, e Grega com a ultima perfeiçaõ frequentou a Universidade de Coimbra, e no estudo da Jurisprudencia Cesarea fez taes progressos a sua aplicaçaõ que ainda sendo discipulo era respeitado como Mestre. Deixando a Universidade continuou na penetraçaõ das mayores dificuldades de ambos os Direitos, e passando da especulaçaõ á practica exercitou o Officio de Advogado de Causas Forenses na Cidade do Porto, e na sua patria pelo largo espaço de trinta annos sendo o seu principal cuidado evitar dilaçoens nocivas, e gastos superfluos aos litigantes valendo-se muitas vezes da sua madura prudencia para pacificar animos litigiosos nos quaes dominava mais a paixaõ, que a justiça. Deste laborioso exercicio como prejudicial á sua conciencia timorata se retirou para a Quinta de Aldaõ situada junto de Guimaraens onde livre do tumulto das Causas se ocupava na liçaõ dos livros. Naõ lhe valeo este retiro para que a fama da sua litteratura o naõ habilitasse para Procurador da Fazenda Real em que o proveo ElRey D. Sebastiaõ a 6. de Junho de 1578. Foy casado com Izabel Vaz da Costa de cujo consorcio foy gloriosa produçaõ o insigne Agostinho Barbosa immortal gloria da Republica litteraria na multiplicidade de volumes com que illustrou o seu nome, e juntamente o de seu pay. Tresladou para hum sepulchro de marmore na Capella de Santo Thomaz do Convento de Guimaraens os ossos do V. Fr. Lourenço Mendes da Ordem dos Prégadores, e sobre elle se gravou o seguinte epitafio.
Hic sita Laurenti Mendes sunt ossa Beati. Nesta Capella instituhio hum morgado com quinze medidas de trigo com obrigaçaõ de seis Missas cantadas, do qual he hoje administrador seu parente Jeronimo Vieira de Castro em cujo poder se conservaõ diversos Volumes de Genealogia em que foy muito Versado Manoel Barbosa, e outros de sucessos historicos acontecidos no seu tempo onde mostra a sua erudita curiosidade. Falleceo na sua Quinta de Aldaõ em o anno de 1639. quando contava a provecta idade de 93. annos, e jaz sepultado na Capella de Santo Thomaz de Aquino do Convento de S. Domingos de Guimaraens. Celebraõ o seu Nome diversos Escritores, sendo os principaes seu grande filho Agostinho Barbosa de Potest. Episcop. Part. 1. Tit. 3. cap. 8. n. 4. magna erga Deum pietate, & vitae integritate memorabilis, qui ob insignes animi sui dotes rectitudinem, & summam in utroque jure, ac politioribus litteris peritiam à Philippo Hispaniarum Rege II. advocatus regius constitutus fuit quo in munere obeundo, atque aliis arduis negotiis sibi commissis cum summa integritate, & doctrinae laude versatus apud studiosos, & insignes viros non vulgarem sibi virtutis, & eruditionis laudem comparavit, & in Proaem. Decretal Tom. 1. n. 21. Doctissimus Parens meus quem non minus naturae, quam doctrinae meae authorem revereor; qui á primaeva adolescentia graecis, latinisque litteris peritissime imbutus. Vir sane probus, & integer, multijugaque virtute praecellens, antiquitatum, & historiarum cognitiones, atque utriusque juris adeo doctus avasit, ut Regis Advocati a Serenissimis Portagalliae Regibus Sebastiano primo, & Philippo Secundo honore fuerit insignitus. Joan. Soar. de Brito Theatr. Lusit. Litter. Lit. E. n. 2. Egregius Jurisconsultus. Carvalho Corog. Portug. Tom. 1. p. 80. Cuja fama sempre vivirà na memoria dos homens pelos volumes, que escreveo á Ordenaçaõ com que foy taõ douto nas letras, como antiquario, e dos Genealogistas o de mais credito.Gabriel Pereir. Decis. Decis. 46. n. 1. doctissimum, & studiosissimum. Crasso Elog. di Huom. Literat. Tom. 2. p. 256. Dottore insigne. Nicol. Ant. Bib. Hisp. Tom. 1. pag. 263. col. 1. Vir fuit certe immensa lectione, &plurimorum operum artifex. D. Ant. Caet. de Souz. Apparat. á Hist. Gen. da Cas. Real Portug. p. 70. §. 53. Foy hu dos mayores Letrados do seu tempo. D. Franc. Manoel Cart. dos Author. Portug. escrita ao Doutor Themudo. Capassi Hist. Philosoph. pag. 353. e Fr. Luiz de Souza Hist. de S. Domingos da Prov. de Portug. Part. 1. liv. 4. cap. 17. Por deligencia de seu filho Agostinho Barboza se publicaraõ as obras seguintes onde no 1. Tomo se vê o retrato de Manoel Barboza animado com este epigramma.
Barbosae effigiem refero Emmanuelis. In illa
Et fórma, & facies sunt tibi nota senis;
Septenos decies postquam compleuerat annos
Natalis repetens tempora a prima sui.
Haec variis dispersa locis, quae scripserat olim
In lucem prodeunt nati operata manu.
Sahio o 2. Tomo antes do 1. com o seguinte titulo.
Remissiones Doctorum ad contractus, ultimas voluntates & delicta spectantes in lib. IV., & V. Constitutionum regiarum Lusitaniae. Olyssipone apud Petrum Craesbeeck 1618. fol.
Remissiones Doctorum de Officiis publicis, Jurisdictione, & ordine judiciario in earumdem lib. I. II. & III. cum concordantiis utriusque Juris, legem Partitarum, Ordinamenti, ac novae recopilationis Hispanorum. Accessere castigationes, & additamenta ad Remissiones praedictas. lib. IV. & V. ibi per eumdem Typ. 1620. & ibi apud Antonium Crasbeeck de Mello 1681. fol. 2. Tom. & Conimbricae apud Benedictum Seco Ferreira 1730. Nesta Impressaõ se lhe acrecentaraõ a conferencia dos Titulos das Ordenaçoens que ja fora impressa, e a recopilaçaõ das Ordenaçoens que pendem das Concordatas, e os Privilegios dos Capellaens mores com annotaçoens feitas pelo Doutor Manoel Moreira de Souza. fol. & ibi apud Michaelem Rodrigues 1732. fol. com addiçoens do Doutor Francisco Xavier dos Santos da Fonceca. Desta obra diz o Doutor Gabriel Pereira de Castro Decis. Decis. 83. n. 1. cujus indefessus labor nunquam satis laudatus erit, qui cum longa rerum experientia, & fori exercitatione improbum laborem mira industria copulavit, dignus quidem ut non exigvo praemio ab invictissimo Principe cumuletur nisi commune fatum, quod studiosis semper invidit, obstitisset. Familias do Reyno de Portugal, e Noticias historicas. fol. 2. M. S. Notas ao Nobiliario do Conde D. Pedro. M. S.
Destas duas obras se lembra o Padre Souza Apparat. á Hist. Gen. da Cas. Real Portug. p. 71 § 53.
Livro da Armaria deste Reyno com os escudos illuminados fol. M. S. Desta obra faz mençaõ Joaõ Franco Barreto Bib. Portug. M. S.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]
Nov 8, 2018
MANOEL BARBOSA natural da Cidade da Guarda Presbitero, e insigne Prégador de cujo sagrado ministerio publicou como primicias do seu engenho.
Sermaõ das Lagrimas do Apostolo S. Pedro na Sè da Guarda. Coimbra por
Manoel Diaz Impressor da Universidade 1670. 4.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]
Nov 8, 2018
P. MANOEL BARRADAS alumno da Sagrada Companhia de Jesus cujo instituto abraçou em o Noviciado de Coimbra a 24. de Novembro de 1547. Alcançada faculdade dos Superiores partio para a India, e depois de dictar as sciencias escholasticas no Collegio de Goa discorreo com outros companheiros por diversas partes do Oriente agregando almas ao rebanho de Christo. Escreveo.
Relaçaõ da Viagem, e sucesso, que tiveràõ as naos Aguia, e Garça vindo da India para este Reyno no anno de 1559. com huma descripçaõ da Cidade de Columbo enviada a outro Padre da Companhia morador em Lisboa. Sahio na Hist. Tragico-maritima Tom. 1. pag. 221. até 307.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]
Nov 8, 2018
P. MANOEL BARRADAS natural da Villa de Monforte da Provincia Transtagana, e filho de Gaspar Barradas, e Izabel Caldeira. Recebeo a roupeta de Jesuita em o Noviciado de Evora a 6. de Fevereiro de 1587. onde instruido nas faculdades severas partio para a India, e depois de assistir em Goa alguns annos foy mandado com outros sequazes do seu instituto á Etiopia donde tinha sido expulso o Patriarcha Affonso Mendes, e como este conhecesse o talento do Padre Barradas o nomeou seu Legado á India em cuja jornada sendo cativo pelos Turcos padeceo com heroica constancia horriveis molestias pelo espaço de seis mezes. Foy Reytor do Collegio de Goa, Deputado da Inquiziçaõ da mesma Cidade de que tomou posse a 9. de Junho de 1639. e Provincial da Provincia de Cochim, e do Malabar. Teve particular amizade, e continuada correspondencia com o insigne antiquario Manoel Severim de Faria Chantre da Cathedral de Evora o qual como lhe preguntasse em huma Carta se a Ilha de Ceilaõ era capaz de assistir nella o Vice-Rey do Estado lhe respondeo. Governem o mundo aquelles a quem Deos o entregou, que eu naõ trato mais, que do governo das almas. Cheyo mais de merecimentos que de annos falleceo piamente em Cochim no anno de 1646. Delle fazem memoria Mend. Exped. Aetiop. lib. 1. cap. 12. e lib. 3. cap. 15 . Queiros Vid. do Irmaõ Pedro do Bast. liv. 5. cap. 17. Nicol. Ant. Bib. Hisp. Tom. 1. p. 163. col. 2. Escreveo.
Descripçaõ da Etiopia em que relata a causa da sua rebeliaõ. Desta obra, como de seu author faz juizo Manoel de Faria, e Souza Avert. ao 1. Tomo da Asia Portug. e que lhe comunicara o Chantre Manoel Severim de Faria.
Tratados dos Deuses Gentilicos de todo o Oriente, e dos ritos, e cerimonial que uzaõ os Malabares. M. S. Desta obra deu o author noticia por carta de 12. De Dezembro de 1634. escrita a Manoel Severim de Faria que a tinha composto.
Apologia contra Fr. Luiz Urreta da Ordem dos Prègadores sobre o que escrevera do Imperio da Etiopia. M. S.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]