Frei Inácio de Santa Rosa

Fr. IGNACIO DE SANTA ROSA Naceo em Lisboa a 31 de Julho de 1709. Na tenra idade de doze annos deixando a companhia de seus Pays Manoel da Costa, e Maria dos Santos passou com seu Tio à Cidade de S. Sebastiaõ do Rio de Ianeiro onde aprendeo Grammatica em o Collegio dos Padres Iesuitas no breve espaço de anno e meyo, e compoz sendo de quatorze annos hum Poema em Versos Elegiacos do qual era o argumento aquellas palavras do Apostolo Cupio dissolvi, et esse cum Christo. Admirados os Mestres da monstruosa viveza do seu talento o rogaraõ para que vistisse a roupeta de Iesuita, e estando jà aceito pelo Provincial o Padre Manoel Dias levado da devoçaõ cordial, que tinha a S. Francisco preferio o seu instituto ao de Santo Ignacio recebendo o serafico habito no Convento de S. Boaventura da Villa de Casserebú da Provincia da Imaculada Conceiçaõ do Rio de Ianeiro onde solemnemente professou a 4 de Setembro de 1725. Igual foy o progresso, que a sua comprehensaõ fez nas sciencias severas ao que se tinha admirado em as amenas pois naõ contando mais, que hum mez de Ouvinte de Filosofia era chamado Pythagoras pelos seus condiscipulos. Foy substituto desta Faculdade quando tinha 25 annos de idade, que pudera dictar como proprietario. Sendo versado em ambos os Direitos, e Theologia Moral o naõ he menos na Poetica, e Oratoria de que saõ claros argumentos as obras seguintes.

Oratio in laudem P. Ferdinandi à D. Antonio Provinciae Immaculatae Conceptionis meritissimi Moderatoris cum ex Comitiis Generalibus in suam Provinciam rediret. Tinha por Thema Nox praecessit, dies autem approquinquavit D. Paul. ad Roman. 13. n. 12. M. S.

Oratio in Laudem R. P. Fr. Ludovici à S. Rosa Provinciae Moderatoris prudentissimi. Tinha por Thema Induamur arma Lucis. S. Paul. ad Roman. 13. n. 12. M. S.

Oratio in Laudem Illustrissimi Domini D. Fr.Iozephi Fialho Episcopi Pernambucensis. Tinha por Thema. Nemo natus est in terra ut Ioseph. Ecclesiast. cap. 49. n. 16. e 17. M. S.

Oraçaõ dedicada ao Illustrissimo Cabbido da Cidade de Loanda. Tinha por Thema. In Christo IESU per Evangelium ego vos genui. D. Paul. 1. ad Corinth. cap. 4. n. 15. M. S.

Oraçaõ em aplauzo de Rodrigo Cesar de Menezes Capitaõ Geral do Reyno de Angola recitada em huma Academia na Cidade de Loanda. Começava. Lá fabulizou a gentilidade &c. M. S.

Soneto em aplauzo do Sermaõ das Dores de N. Senhora pregado por Fr. Antonio da Graça Comissario da Ordem Terceira do Convento de S. Francisco da Cidade. Lisboa 1738. 4.

Soneto em aplauzo dos Sermoens do P. Fr. Manoel Rodrigues Religioso Franciscano da Provincia da Assumpçaõ de Paraguay. Lisboa na Officina Sylviana . 1738. 4.

Tres Sonetos em aplauzo do Claustro Franciscano composto por Fr. Appollinario da Conceiçaõ Religioso Leygo da Provincia da Immaculada Conceiçaõ do Rio de Ianeiro. Lisboa por Antonio Isidoro da Fonceca 1740. 4. desde pag. 212. até 214.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. II

Padre Inácio Ribeiro

P. IGNACIO RIBEYRO chamado no seculo Manoel Fernandes Ribeiro filho de Domingos Ribeiro, e Catherina Nunes naceo a 9 de Novembro de 1679. no lugar de Alcaens Arciprestado da Villa de Castello-Branco em a Provincia da Beyra. Foy admetido ao Noviciado da Companhia de JESUS em, Coimbra a 16 de Mayo de 1695. onde se distinguio entre os seus Collegas na cultura das letras humanas, e especulaçaõ das sciencias Escolasticas. Dictou Theologia Moral em a Cadeira de Prima no Collegio de Santo Antaõ de Lisboa onde piamente falleceo a 18 de Setembro de 1735.

Compoz.

Sermaõ de Acçaõ de graças pelo felicissimo nacimento do sexto filho, que a Magestade divina deu às de Portugal em 24 de Setembro de 1723. pregado na Sé da Cidade do Porto aos 17 de Outubro do mesmo anno Lisboa por Antonio Pedrozo Galraõ. 1724. 4.

Novena do milagre de Principes, espelho de Prelados, exemplar de Religiosos, Prototypo de humildes S. Francisco de Borja Terceiro Geral da Companhia de JESUS. Lisboa na Officina da Musica. 1736. 24.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. II]

 

Frei Inácio Ramos

Fr. IGNACIO RAMOS filho de Manoel Ramos Parente, e Andreza Cazada, e irmaõ do P. Domingos Ramos da Companhia de Jesus de quem se fez memoria em seu lugar, naceo em a Cidade da Bahia Capital da America Portugueza, e no Convento patrio de N. Senhora de Monte do Carmo recebeo o habito a 17 de Iulho de 1672. onde aprendeo Filosofia, e Theologia. Sendo já Pregador, ministerio que sempre com geral aplauzo exercitou, negocios urgentes da sua familia o obrigaraõ a passar a Lisboa no anno de 1685 donde passando a Roma já com o gráo de Prezentado para votar como Procurador do Vigario Provincial do Brazil no Capitulo celebrado no Convento de Santa Maria Transpontina a 27 de Mayo de 1692. sahio com o gráo de Mestre, e nomeado Vigario Provincial do Brazil pelo Geral da Ordem Fr. Ioaõ Feixoo de Villalobos. Para administrar esta Prelazia sahio de Lisboa, e depois de experimentar varias tormentas com que foy obrigado a arribar as Ilhas do Fayal, e Martinica, chegou á Cidade da Bahia onde tomou posse a 14 de Dezembro de 1693. e foy Vizitador, e Reformador Gera1 dos Conventos da Reforma de Pernambuco. Segunda vez passou a este Reyno donde fez segunda jornada a Roma no anno de 1700. como Procurador da Provincia de Portugal, e no Capitulo celebrado em 1704. lhe foraõ concedidos os privilegios de Ex Vigario Provincial, e Definidor perpetuo. Foy Secretario desta Provincia, e Prior do Convento de Lisboa de que tomou posse a 12 de Setembro de 1714. em cujo governo mostrou em beneficio dos subditos a grande prudencia, e summa affabilidade de que era ornado. Falleceo no mesmo Convento a 18 de Novembro de 1731. Publicou.

Ramos Evangelicos divididos em Sermoens Panegyricos, e doutrinaes em varias celebridades. Tom. 1. Lisboa na Officina Ferreiriana. 1724. 4.

Tomo 2 ibi na mesma Officina. 1726. 4. Consta de Sermoens Quadragesimaes. Tomo 3 ibi por Antonio Pedrozo Galraõ. 1724. 4.

Tomo 4. ibi por Pedro Ferreira 1730. 4.

Delle faz memoria Fr. Manoel de Sá Mem. Hist. de Escrit. Portug. da Prov. do Carm. pag. 202.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. II]

Inácio da Piedade e Vasconcelos

IGNACIO DA PIEDADE, E VASCONCELLOS. natural da notavel Villa de Santarem recebendo a graça bautismal na Parochia de S. Niculao a 28 de Março de 1676. Teve por Pays a Andre Duarte de Vasconcellos Cavalleiro da Ordem militar de S. Tiago, Mestre de Campo do Reyno de Angola, e a D. Antonia de Andrade Gouvea, e Miranda de igual nobreza à de seu Consorte. Quando contava a florente idade de 19 annos recebeo o habito de Conego secular da Congregaçaõ do Evangelista Amado, e no Collegio de Evora estudou as sciencias escolasticas em que sahio suficientemente instruido. Com igual disvelo cultivou as Artes Liberaes como foraõ a Estatuaria, Architectura Civil, e Pintura das quais penetrou as dificulda des, e escreveo os preceitos. Para eternizar as glorias da sua patria lhe erigio para sincero testemunho da sua gratidaõ o mais famoso Obelisco na Descripçaõ historica que publicou da sua Fundaçaõ com o seguinte titulo.

Historia de Santarem edificada que dá noticia da sua Fundaçaõ, e das couzas mais notaveis nella sucedidas, a saber das Fundaçoens de todas as suas Igrejas, assim das Parrochias como dos Conventos, e Ermidas, dos prodigiosos milagres ali sucedidos, das Reliquias que em si encerra, das vidas de Varios Santos, e Beatos, e de muitas pessoas dignas de memoria assim em virtudes, como em letras, e armas todas naturaes de Santarem, e de tudo o que toca ao seu Termo, e Comarca, de que se segue dar muitas noticias de todo o Reyno. 1.e 2. Parte. Lisboa na Officina da Congregaçaõ. 1740. fol.

Artefactos Simmetriacos, e Geometricos advertidos, e descubertos pela industriosa perfeiçaõ das Artes Escultaria Architectonica, e da Pintura &c. Lisboa por Iozé Antonio da Sylva 1733. fol. com estampas.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. II]

Inácio Pereira de Sousa

IGNACIO PEREYRA DE SOUZA natural de Lisboa filho de Antonio Pereira de Souza Doutor em Direito Pontificio, Dezembargador dos Aggravos na Caza da Suplicaçaõ, Procurador da Coroa, e Conselheiro da Fazenda a quem imitou na integridade da vida, como na profundidade da sciencia. Foy Cavalleiro da Ordem de Christo, Fidalgo da Caza Real, Dezembargador dos Aggravos na Caza da Suplicaçaõ de que tomou posse a 5 de Iulho de 1668. Procurador da Caza do Infantado, e Deputado do Tribunal da Conciencia, e Ordens. Falleceo em Lisboa a 10 de Novembro de 1676. Jaz sepultado no Convento de S. Domingos. Compoz.

Tractatus de Revisionibus. Ulyssipone apud Antonium Crasbeeck de Mello. 1672. fol. A este Tratado intitula Antunes Portugal de Donat. Regiis Tom. 2. part. 3. cap. 37. n. 17. aureo, e eruditissimo. e Ulhoa de Legat. & Fideicom. Dissert. 14. n. 70. elegantem, & doctissimum, e a seu Author aplaude o referido Portugal Part. 2. cap. 21 lib. 1. n. 1. com este elogio Vir sane apprime doctus & in expediendis causis admodum circunspectus, integritate morum, omnique virtutum genere ornatissimus.

 

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D. Inácio de Noronha

D. IGNACIO DE NORONHA filho mais velho de D. Antonio de Noronha Conde de Linhares Capitaõ General de Ceuta, e Escrivaõ da Puridade dos Reys D. Manoel e D. Ioaõ o III. e de D. Ioanna da Sylva filha de D. Diogo da Sylva primeiro Conde de Portalegre Senhor das Villas de Gouvea, e Celorico, Ayo, Mordomo mòr, e Vedor da Fazenda delRey D. Manoel Chanceller mòr do Mestrado de Christo, e de D. Maria de Ayala filha mais velha de Diogo Garcia de Herrera Senhor das Ilhas Canarias. Foy cazado com D. Izabel de Atayde filha do clarissimo Heroe D. Vasco da Gama I. Conde da Vidigueira, e de D. Catherina de Atayde filha de D. Alvaro de Atayde Senhor de Penacova, de cujo matrimonio naõ havendo sucessaõ passou a Caza a seu Irmaõ D. Francisco de Noronha segundo Conde de Linhares Embaxador a Francisco I. de França, e Mordomo mòr da Raynha D. Catherina. Escreveo

Carta a D. Ioaõ o III na qual reconhece com grande modestia os seus defeitos, e pede a ElRey pelos seus serviços que passe a Caza de Linhares a seu irmaõ D. Francisco de Noronha que o julga digno de a ocupar. M. S. Conservase na Livraria do Excellentissimo Conde de Vimieiro.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. II]