António José Cândido da Cruz

ANTONIO JOSÉ CANDIDO DA CRUZ, antigamente professor de primeiras letras em Lisboa, e depois Official maior graduado da Secretaria d’Estado dos Negocios do Reino, do Conselho de Sua Magestade, Commendador da Ordem de Christo, Cavalleiro da de N. S. da Conceição, etc., etc. – Morreu em Lisboa, no mez de Março de 1857, dizem que com 53 annos de edade – E.

848) O Periodico dos Pobres. Lisboa, 1826‑1828. A primeira serie d’esta folha politica principiou em 30 de Setembro de 1826, e interrompeu‑se em 22 d’Agosto de 1828, sendo mandada suspender a sua continuação por ordem do Governo que existia, com quanto ella estivesse a esse tempo e já desde Março antecedente reduzida á fórma de periodico meramente noticioso, sem envolver uma só palavra de doctrinas politicas. O diminutissimo preço d’este jornal, que era de dez réis por numero, quando os outros de egual formato se vendiam a 40 e a 60 réis, tornando‑o popular e ao alcance de todas as classes de leitores, adquiriu‑lhe um consumo extraordinario, e dava a seu auctor meios sufficientes para subsistir. – Em 1833 sahiu novamente á luz, e continuou ainda por alguns annos, até que o proprio auctor entendeu que podia sem desfalque renunciar a este genero de industria, terminando a publicação d’este, e do seguinte que então redigia.

849) Archivo Popular. Leituras de Instrucção e Recreio. Semanario Pittoresco. Lisboa, 1837 a 1843. 4.º gr. 7 tomos. Postoque a maior parte dos artigos conteudos n’esta obra sejam meras reproducções de outros, tirados dos jornaes francezes contemporaneos, tem comtudo bom numero d’elles originaes, e alguns interessantes em suas especialidades. Gosa ainda hoje de tal qual estimação, e havendo falta de alguns tomos cuja edição se exhauriu de todo, não é muito facil achar á venda exemplares completos. Os que apparecem têem sido pagos ultimamente por 3:600 réis, estando encadernados e bem tractados, e creio que alguma vez subiram a 4:500 réis.

Ha do mesmo auctor algumas versões de Novellas francezas, feitas e impressas no periodo que decorreu desde 1829 até 1832, em que suas circumstancias o obrigavam a lançar mão d’este e outros similhantes trabalhos para ganhar o pão quotidiano. Não julgo que valham a pena de aqui as mencionar.

 

[Diccionario bibliographico portuguez, tomo 1]

António José Colffs Guimarães

ANTONIO JOSÉ COLFFS GUIMARÃES, Official bibliographo da Bibliotheca Nacional de Lisboa, e Mestre de Calligraphia de Suas Altezas, nomeado em Fevereiro de 1857. – N. em Lisboa a 21 de Setembro de 1805.

850) Regras para aprender a aparar pennas; para uso dos alumnos do Collegio de Humanidades sito na calçada do Marquez de Tancos n.º 7. – Em 1850. Na Lithographia de Lopes & Bastos, rua nova dos Martyres n.o 12. Lisboa. 8.º de 10 pag.

O sr. Colffs não é menos insigne nas artes do desenho e pintura que na da calligraphia; do que são prova alguns primorosos trabalhos por elle executados, e que se conservam com estimação na Bibl. Nacional, cujo empregado é desde 1827.

 

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António José Baptista

ANTONIO JOSÉ BAPTISTA, cuja profissão, naturalidade e mais circumstancias ainda ignoro. – E.

847) Compendio de Grammatica e Orthographia Portugueza. – Consta‑me que esta obra sahira impressa em Lisboa em 1817. Ainda não veiu á minha mão exemplar algum, e por isso nada mais posso dizer a respeito d’ella.

 

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António José de Ávila

ANTONIO JOSÉ D’AVILA, do Conselho de Sua Magestade, Commendador das Ordens de Christo, e da Rosa do Brasil; Grão‑Cruz das de Leopoldo da Belgica, e S. Mauricio da Sardenha; Cav. da Legião de Honra de França; Bacharel em Philosophia, Conselheiro, e Ministro de Estado honorario; actualmente Ministro dos Negocios da Fazenda; Deputado ás Cortes em quasi todas as Legislaturas desde 1834 em diante: Socio e Vice‑Presidente da Acad. R. das Sc. de Lisboa, e membro de outras corporações scientificas e litterarias estrangeiras etc. – N. na cidade da Horta, capital da ilha do Fayal, a 8 de Março de 1807. – E.

842) Relatorio sobre o Cadastro. Lisboa, na Imp. Nacional 1848. 4.º – Segunda edição correcta e augmentada. Ibi, na mesma Imp. 1848. 4.º de 117 pag. – O relatorio propriamente dito finda a pag. 29; d’ahi até o fim do volume seguem‑se notas illustrativas, concernentes ao desenvolvimento de varios pontos, indicados no relatorio.

843) Relatorio sobre os trabalhos do Congresso d’Estatistica reunido em Bruxellas em 1853. Lisboa, na Imp. Nacional 1854. 8.º gr. – Este relatorio enviado ao Ministerio das Obras Publicas, e datado de Paris a 22 de Outubro de 1853, foi tambem publicado no Diario do Governo n.º 304 de 26 de Dezembro do mesmo anno, precedido da carta Regia de 26 de Novembro em que Sua Magestade se dignou louvar o auctor pelo modo como desempenhara aquella commissão do serviço publico.

844) Relatorio ácerca da administração e monopolio do Tabaco por conta do Governo, apresentado ao Ministro da Fazenda em 11 de Fevereiro de 1857. – Inserto no Diario do Governo n.º 69 de 23 de Março do dito anno.

845) Relatorio do Commissario Regio junto á Commissão imperial da Exposição universal de Paris. Lisboa, na Imp. Nacional 1857. 8.º gr. 2 tomos com 376 e 315 pag. – O relatorio acaba a pag. 66 do tomo I; o resto do volume e todo o seguinte comprehendem documentos comprobativos de todo o serviço administrativo a cargo do Commissario Regio.

846) Discursos dos srs. Deputados Antonio José d’Avila, José Maria Grande e Antonio de Azevedo Mello e Carvalho na discussão do projecto de lei n.º 174, sobre as propostas do Governo para a substituição da repartição ás decimas do lançamento, conversão da divida interna etc. Proferidos na Camara dos Deputados nas sessões de 1, 3 e 5 de Abril de 1845. Lisboa, na Imp. Nacional 1845. 8.º gr. de 220 pag.

Além d’este discurso impresso em volume separado, existem muitos outros que pronunciou em ambas as camaras, já como Deputado, já como Ministro nas diversas epochas em que ha sido chamado á gerencia dos negocios da Fazenda; podem ver‑se nos respectivos Diarios.

 

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António Joaquim da Silva Abranches

ANTONIO JOAQUIM DA SILVA ABRANCHES, Bacharel formado em Direito pela Univ. de Coimbra, e Advogado em Lisboa, primeiro Secretario perpetuo da Associação dos Advogados da mesma cidade, Membro do Conservatorio Real, e de outras corporações scientificas e litterarias. – N. na villa d’Avô, comarca d’Arganil, provavelmente pelos annos de 1807. – E.

836) O Captivo de Fez, drama em cinco actos (em prosa). Lisboa, na Typ. Portugueza, rua de S. Mamede, 1841. 8.º de VII‑138 pag. – Reimpresso no Rio de Janeiro, Typ. Universal de Laemmert… e no Archivo Theatral, ou collecção das melhores peças antigas e modernas, Rio de Janeiro, Typ. Imp. e Const. de J. Villeneuve & C.a 1842? 4.º gr. – Este drama foi representado com grande applauso no theatro da rua dos Condes, obtendo uma serie numerosa de recitas successivas. O Conservatorio lhe adjudicou um dos seus primeiros premios; e o parecer da commissão que o examinou antes de ir á scena, pode ler‑se nas Memorias do mesmo Conservatorio, ou no Diario do Governo n.º 74 do anno 1841. – Ha tambem uma analyse ou juizo critico do mesmo drama pelo sr. J. F. de Serpa Pimentel, na Chronica Litt. da Nova Acad. Dram. de Coimbra, tomo II pag. 124 a 136.

837) A Bibliotheca do Advogado. Exposição feita á Commissão Administrativa da Associação dos Advogados de Lisboa. – Lisboa na Imp. Nacional 1842. 8.º de 35 pag. – Este opusculo foi mandado publicar pela mesma Associação.

838) Annaes da Associação dos Advogados de Lisboa. 1856. Lisboa, na Imp. Nacional 1857 8.º gr. de 77 pag.

Compoz tambem uma farça, que em 1841 se representou no theatro da rua dos Condes com o titulo O Barão de Galegos. Foi bem recebida do publico, mas não sei que se imprimisse.

 

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António Joaquim Ribeiro Gomes de Abreu

ANTONIO JOAQUIM RIBEIRO GOMES DE ABREU, Doutor em Medicina pela Univ. de Coimbra, natural de Guimarães. – E.

833) Varios artigos, assignados com o seu nome no Jornal da Sociedade das Sciencias Medicas de Lisboa, nos tomos XII, XIII, XIV etc., etc.

834) Outros ditos no jornal religioso A Missão Portugueza, do qual foi um dos fundadores e primeiros redactores em 1854.

Tem sido tambem um dos principaes redactores da Nação, jornal politico‑legitimista, desde a sua fundação em 1848 até o presente.

É provavel que haja, afora estes, outros escriptos publicados com o seu nome, ou anonymos: nenhum d’elles porém veiu até agora ao meu conhecimento.

 

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