Luís de Camões, Os Lusíadas
A epopeia renascentista de Luís de Camões Os Lusíadas saiu em 1572 dos prelos de António Gonçalves, em Lisboa, e é considerado o primeiro e mais importante poema épico em língua portuguesa. Embora assente no arquétipo clássico da epopeia homérica e virgiliana, o texto surpreende quer pela criatividade de alguns episódios, quer pela excelência retórico-estilística, ou mesmo pela inovação aduzida aos códigos semântico-pragmáticos vigentes. Texto modelador da língua e da identidade nacional, estímulo e paradigma literário para múltiplas emulações, Os Lusíadas ganharam ao longo dos séculos o estatuto de obra magna da história da literatura portuguesa e mundial. Ultrapassada que está atualmente a tese vigente durante os últimos três séculos de duas ou mesmo quatro edições da obra em 1572, reconhecendo-se variantes, decorrentes do próprio processo de impressão, nos 29 exemplares da princeps já compulsados e analisados, uma nova edição desta obra, mesmo sem pretensão de crítica, terá necessariamente em linha de conta o estado de arte da ecdótica e do trabalho filológico mais recente.