IERONIMO CORREA natural de Lisboa onde exercitando o officio de ourives do ouro em que era insigne o naõ foy menor em a cultura da Poezia, e exercicio de actos religiosos em que se descubria a piedade do seu animo. Assistio algum tempo em o Reyno de Angola donde restituido à patria acabou a vida privado do juizo em o Hospital Real a 20 de Mayo de 1660.
Compoz.
Daphene, e Apollo. Lisboa por Pedro Crasbeeck. 1624. 8. Consta de 100 Outavas Portuguezas.
Cançaõ à morte do Serenissimo Infante D. Duarte. Lisboa na Officina
Crasbeeckiana. 1649. 4. A estas duas obras poeticas celebra o P. Antonio dos Reys no seu Enthus. Poet. n. 96.
Dulcisonam pulsans Citharam Correa canebat
Qualiter intonsum fugiens Peneià Phaebum
Fixa repentè pedes fleterit circundata libro Corpus ad imperium fluvii
Genitoris, alumnae,
Quem tulit aflictae vasto de gurgite clamor:
Plorat & Infantis tristissima fata Duardi
Sic maestis elegis, ut vel laetissima Montis
Numina perpetuis rorarent imbribus ora.
Tempora plangentis cinxit diademate Taxi Melpomene: tristem tristis docet illa
Poetam
Arbor.
Memorial de pecados, e breve modo para examinar a conciencia com Romances para antes, e depois da Comunhaõ. Lisboa por Domingos Carneiro 1662. 8.
Devoto Manual para assistir ao Sacrosanto Sacrificio da Missa com Oraçoens proprias para todos os Mysterios que nelle se contem. Lisboa por Domingos Carneiro 1677. 24 & ibi por Ioaõ da Costa 1676. 12.
Relaçaõ da vida, e morte de D. Francisco do Soveral Bispo de Angola. M. S.
Este Prelado Faleceo a 4 de Ianeiro de 1642. quando naquelle Reyno assistia o Author desta obra a quem louva Iacinto Cordeiro em o Elog. dos Poet. Lusit. Estanc. 66.
Geronimo Correa la corriente
Mitigò del ingenio presurozo
Y a Filis oluidò de amor sentido
Siendo digno de aplauzo y nó de olvido.
[Bibliotheca Lusitana, vol. II]