FR. ANTONIO BRANDÃO, Monge Cisterciense da Congregação de S. Bernardo em Portugal, cuja regra professou a 27 de Outubro de 1599. Foi Doutor em Theologia pela Univ. de Coimbra, Abbade do mosteiro do Desterro em Lisboa, e exerceu na sua Ordem outros cargos, inclusivè o de Geral para que foi eleito a 1 de Maio de 1636. – Chronista mór do Reino, por carta regia de Filippe III de Portugal de 19 de Maio de 1630. – N. em Alcobaça a 25 de Abril de 1584, e m. no mosteiro da mesma villa a 27 de Novembro de 1637.

V. para a sua biographia além das noticias dadas por Barbosa no tomo I, a Memoria ácerca da sua vida e escriptos por Fr. Fortunato de S. Boaventura, inserta no tomo VIII parte II das da Acad. R. das Sciencias. – E.

472) (C) Terceira parte da Monarchia Lusitana, que contém a Historia de Portugal desd’o Conde D. Henrique até todo o reinado d’Elrei D. Afonso Henriques. Lisboa, no mosteiro de S. Bernardo, por Pedro Craesbeeck 1632. fol. de VI‑300 folhas sem contar as da taboada que vem no fim. – Reimpressa, ibi, na Imp. Craesbeeckiana 1690. fol.; e novamente ibi, na Typ. da Acad. R. das Sc. 1806. 8.º, 2 tomos. Esta ultima edição ficou incompleta.

473) (C) Quarta parte da Monarchia Lusitana, que contém a Historia de Portugal desd’o tempo d’Elrei D. Sancho I. até todo o reinado d’Elrei D. Affonso III. Lisboa, no mosteiro de S. Bernardo, por Pedro Craesbeeck 1632. fol. de VI‑286 folhas, afora as da taboada ou indice final. E segunda vez, addicionada pelo P. José Pereira Bayão no cap. XI do livro XV, que é relativo ás sanctas rainha D. Theresa e infanta D. Sancha. Ibi, na Off. Ferreiriana 1725. fol.

As primeiras edições são preferiveis ás seguintes, como feitas sob a vista de seu auctor.

Posto que a Fr. Antonio Brandão falte aquella propriedade, pureza e elegância de linguagem que tanto se admiram no seu predecessor e confrade Fr. Bernardo de Brito, sobre-leva muito a este no que diz respeito ao desempenho das leis da historia, na fidelidade das suas narrações, e merece de justiça ser ainda contado entre os bons classicos da lingua. Trabalhou quanto poude para apurar a verdade em tudo o que escreveu, não se poupando a exames e fadigas; e os nossos criticos reconhecem n’elle sinceridade e desejos de acertar, devendo-se-lhe a illustração de varios pontos controversos da nossa historia, de cujas difficuldades lhe chamou D. José Barbosa no gosto e estylo de seu tempo verdadeiro Hercules Se novas investigações e mais fina critica tem hoje posto em duvida, ou mostrado insubsistentes algumas das opiniões que seguiu, nem por isso deixará de ser sempre respeitado como um dos nossos melhores historiadores.

 

[Diccionario bibliographico portuguez, tomo 1]