A pretexto do centenário da morte de Júlio de Castilho (1919-2019), “pai” da Olisipografia, a Câmara Municipal de Lisboa promove um programa transversal de atividades culturais e educativas que tem por objetivo evocar um homem que se distinguiu como estudioso da cidade de Lisboa.
Passam em 2019, 100 anos do falecimento de Júlio de Castilho (1840-1919), considerado o fundador da Olisipografia. Nas palavras de Matos Sequeira no Prefácio explicativo à 3.ª edição da Lisboa Antiga – Bairro Alto, de Júlio Castilho (Lisboa, 1954, vol. I. p. XIII), «a sua obra de cabouqueiro iluminado, de investigador de apurada visão, de cronista de rara sensibilidade, não pode diminuir-se com o acertar uma data ou com o desmoronar de uma conjectura. Ele foi o pioneiro de tais estudos, o desbravador de matos cerrados, e o primeiro, portanto, a sofrer os efeitos do seu próprio deslumbramento, e das miragens enganadoras entrevistas através do clarão que o atingia».
Para assinalar a data, o Pelouro da Cultura da Câmara Municipal de Lisboa (Direção Municipal de Cultura e EGEAC), em colaboração com outras entidades (públicas e privadas) e a família do investigador, promove a realização de um programa transversal de atividades culturais e educativas que tem por objetivo evocar um homem que se distinguiu, sobretudo, como um estudioso pioneiro da cidade de Lisboa, publicando diversos livros incontornáveis sobre a história da capital, de que são exemplo Lisboa Antiga (O Bairro Alto), de 1879, e Lisboa Antiga (Bairros Orientais), de 1884 a 1890.
Nesta evocação, a CML pretende oferecer à cidade uma programação diversificada de eventos sobre a vida e obra de Júlio de Castilho. Uma programação que procura também estudar, interpretar e divulgar a figura poliédrica que foi Júlio de Castilho, típica do intelectual oitocentista. A par da investigação sobre Lisboa, foi jornalista, escritor, poeta, político, professor, diplomata, entre outras ocupações que teve ao longo da vida.
No Museu de Lisboa – Palácio Pimenta é possível visitar a exposição Júlio de Castilho e o Acaso da Olisipografia, patente até 19 de maio. O próximo momento a assinalar terá lugar no próximo dia 8 de fevereiro, com a realização de um colóquio, na Sociedade de Geografia de Lisboa, uma romagem à sepultura de Júlio de Castilho e o lançamento online da monografia In Memoriam: Júlio de Castilho, na Hemeroteca Digital da CML.
Informações:
Gabinete de Estudos Olisiponenses – Palácio do Beau Séjour
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