FRANCISCO MARTINS DE SIQUEIRA Cavalleiro professo da Ordem de Christo filho do Dezembargador Luiz Martins de Siqueira, e D. Maria Franca. Foy Feitor da Alfandega de Lisboa, e hum dos celebres Poetas do seu tempo assim pela cadencia das vozes como pela copia dos conceitos, merecendo o elogio que lhe fez Joaõ Soares de Brito Theatr. Lusit. Litter. lit. F. n. 54. excellentis venae Poeta. Morreo na sua Patria no anno de 1654. e jaz sepultado no Convento de S. Francisco da Cidade. Publicou

Na felice aclamaçaõ do Invictissimo Rey D. Joaõ o IV. de Portugal Senhor Nosso. Lisboa por Jorge Rodrigues. 1641. Romance, que consta de 161. Coplas Invectiva a Castilla, y al Rey Filippe IV. Lisboa por Paulo Crasbeeck. 1647. 4. Nesta obra que he em proza, traz huma Outava do Poema Heroico, que tinha composto intitulado Restauraçaõ de Portugal, do qual affirma Joaõ Soares de Brito no lugar assima allegado diu ab eruditis desideratum, cujus ego jam fragmenta vidi non nulla.

Elegia a la muerte de D. Maria de Attaide. Sahio nas Memor. Funeb. Desta Senhora. Lisboa na Officina Craesbeeckiana 1650. 4. onde estaõ ao mesmo assumpto hum Romance Castelhano, e huma Decima por epitafio.

Dous Sonetos. Hum na Fama posthuma de Lope da Vega Carpio Madrid 1636. 4. a fol. 152. vers. Outro em applauzo do Templo da Memoria de Manoel de Galhegos.

Burlas, y Veras a las fiestas, que celebrò la Ciudad de Lisboa en la ocasión del parto de la Serenisima Reyna de España D. Izabel de Borbon, y a la victoria que alcançaron los Españoles contra los Francezes en Fuente Rabia. Saõ tres Sylvas muito largas. M. S. Conservaõ-se na Livraria do Cardeal de Souza.

Na morte do Serenissimo Infante D. Duarte prezo na Cidade de Ratisbona, cabeça do Imperio de Austria, e morto na de Milaõ em hum Castello. Dialogo entre Portugal, e Castella ditado na dor, e escrito no sentimento. M. S. 4. Consta de Outavas Portuguezas, e Redondilhas Castelhanas.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. II]