D. FRANCISCO BARRETO Naceo na Villa de Serpa da Provincia do Alentejo devendo à vigilante educaçaõ de seus illustres Pays Nuno Alvares da Costa Barreto, e D. Francisca Barreto filha de Alvaro Pereyra, e D. Brites Barreto, como à capacidade do seu talento o feliz progresso que fez em os estudos, e nos lugares honorificos que dignamente occupou. Depois de receber na Academia Conimbricense o gráo de Doutor em os Sagrados Canones, exercitou rectissimamente os lugares de Deputado, e Inquisidor nas Inquisiçoens de Evora, e Lisboa donde sendo Conigo da Cathedral de Lisboa, passou a Deputado do Conselho Geral em 14. de Mayo de 1668. A judiciosa prudencia que manifestou nestes lugares o habilitou para subir á Cadeira Episcopal do Algarve de que tomou posse a 28. de Agosto de 1671. succedendo a seu Tio que teve o mesmo nome, onde encheo as obrigaçoens de Pastor solicito assim na reforma dos costumes, como na profusaõ das esmolas. Celebrou Synodo na Cidade de Faro a 22. de Janeiro de 1673. Com generoza magnificencia levantou desde os fundamentos a Capella mór da sua Cathedral a qual ornou de preciosos marmores, e elegantes pinturas, e proximo a elle edificou o palacio para digna habitaçaõ dos seus sucessores, como tambem hum Recolhimento junto da Caza da Mizericordia para Donzellas. A todos os Templos da sua Diocese deo com liberal maõ muitas peças de prata, e Paramentos para ornato dos Altares. Falleceo entre as suas ovelhas que excessivamente sentiraõ a falta de taõ benefico Pastor a 7. De Agosto de 1679. e jaz sepultado na sua Cathedral. Compoz

Constituiçoens Synodaes do Bispado do Algarve, novamente feitas, e ordenadas pelo Illustrissimo Senhor D. Francisco Barreto segundo deste nome. Evora na Impressaõ da Universidade. 1676. fol.

Advertencias aos Parochos, e Sacerdotes do Bispado do Algarve. Lisboa por Joaõ Galraõ 1676. 4.

Controversiarum Episcopalium Tomus unus. M. S Estava em poder do Cardial de Lencastre, Inquizidor Geral.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. II]