D. FRADIQUE DA CAMARA, E TOLEDO, filho de D. Manoel da Camara, segundo Conde de Villa-Franca, e de sua mulher D. Leonor de Vilhena, filha de D. Fradique Henriques Mordomo mòr de Filipe segundo, e de D. Guiomar de Vilhena filha de Andrè Telles de Menezes Alcayde mòr da Covilhãa. Entre as artes, que cultivou dignas de seu illustre nacimento, logrou a primazia a Poetica, sendo os seus versos ouvidos com geral applaulo em a Academia dos Generosos, de que era Secretario D. Antonio Alvares da Cunha, ou fossem serios, ou jocosos, descubrindo-se em todos elles summa elegancia, aguda discriçaõ, e natural afluencia, por cujas partes constitutivas de hum Poeta insigne o louvaõ D. Francisco Manoel. Obras Metr. Viol. de Thal. pag. 152.

Da Camara das Musas naõ confias

Naquelle cuja fama multiplique

A fama sem contar dia a seus dias

Hum grande Capitaõ, hum D. Fradique,

Que as costas do Parnasso defendendo

Jà de agora estou vendo,

Que na guerra das Musas preparada

Hà de ser General da sua Armada.

E na Ostentaç. Encomiast.

O Senhor D. Fradique foy o primeiro Gentil-homem da Camara de Apollo, cuja pena de ouro tantas vezes lhe tem servido de chave dourada. Jacinto Cordeiro Elog. dos Poet. Lusit. Estanc. 31.

Pedirle a Daphne, que naciò Toledo

El sagrado Laurel para su frente

  1. Fradique podrá podrá sin miedo

Con tanto ingenio, estilo tan valiente:

En tiernos años su opulencia excedo

A muchos que han escrito docilmente

Y pide con razon del Laurel parte

Que las Musas alienta el son de Marte

Traduzio em outava Rima Portugueza os seis primeiros livros da Eneida de Virgilio, cuja obra vio Joaõ Franco Barreto, e a louva de perfeita na Bib. Portug. M. S.

Romance Castelhano à morte de D. Maria de Attayde. Sahio impresso nas Memor. Funeb. dedicadas a esta Senhora. Lisboa na Offic. Crasb. 1650. 4. a fol. 57. Vers.

Soneto em applauso do Cazamento perfeito composto por Diogo de Payva de Andrade. Sahio impresso no principio desta obra. Lisboa por Jorge Rodrigues 1630. 4.

Babilonia de Amor Comedia impressa em Madrid, e outras muitas.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. II]