Jorge de Sena na Colóquio
A revista Colóquio/Letras chega este mês ao número 200 com uma homenagem ao escritor de Sinais de Fogo.
Criada em 1971 com o propósito de divulgar a cultura e literatura portuguesas e lusófonas, a revista tem mantido, ao longo da sua história, uma linha coerente na publicação de ensaios, recensões e textos de criação inéditos, de autores contemporâneos, jovens e consagrados.
Nos seus quase 50 anos de vida, este ducentésimo número é celebrado com uma homenagem a Jorge de Sena (1919-1978), quando se comemoram os cem anos do seu nascimento. Nome fundamental da cultura portuguesa, poeta, ficcionista e dramaturgo, Jorge de Sena dedicou-se igualmente à tradução e aos estudos literários que acompanharam a sua atividade de professor no Brasil e em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Como declarou em entrevista, a poesia representava para ele “um desejo de destruir pelo tumulto insólito das imagens qualquer disciplina ultrapassada […], um desejo de exprimir o que entend[ia] ser a dignidade humana — uma fidelidade integral à responsabilidade de estarmos no mundo”.
Um dia para celebrar o poeta
Para repensar a sua obra multifacetada à luz do século XXI, a Colóquio/Letras reuniu um grupo de especialistas portugueses e brasileiros que se encontrarão no próximo dia 22, no Auditório 3, por ocasião do seu lançamento. Ida Alves, Mário Avelar, Gastão Cruz, Jorge Vaz de Carvalho, Helder Macedo e Isabel de Sena são alguns dos convidados que estarão presentes nesta jornada que atravessa vários aspetos da vida e obra de Sena e termina com a leitura, por Jorge Silva Melo, de poemas do homenageado.
Este número da revista integra ainda três cartas inéditas de Jorge de Sena, correspondência nunca antes mostrada entre João Cabral e Murilo Mendes, um conto de Marco Lucchesi, textos em memória de Luís Amado e Ofélia Paiva Monteiro e, como habitualmente, uma vasta secção de recensões críticas.
A capa e os separadores da revista são da autoria de Rui Sanches.
PROGRAMA DA JORNADA JORGE DE SENA
10:00 – Abertura
Guilherme d’Oliveira Martins
António Ramalho Eanes
Isabel de Sena
10:30
Nuno Júdice
Uma poética total
Ida Alves
O exercício da crítica: «minha prosa mais áspera»
Mário Avelar
Sena: tradições estéticas anglo-saxónicas e identidade literária
11:45
Ana Paixão
A arte seniana de música para poema e tecla
Tania Martuscelli
Jorge de Sena e a Ofélia surrealista
12:30 – Depoimentos
Gastão Cruz, Fernando J. B. Martinho
14:30
Gilda Santos
Do segundo exílio de Sena: recortes
Jorge Vaz de Carvalho
‘Sinais de Fogo’: a formação da voz poética
15:15
Jorge Fazenda Lourenço
Ainda e sempre o exílio de Jorge de Sena
António Carlos Cortez
Sena e Rimbaud: a revisitação do lugar da poesia
Rita Marnoto
As cavalariças de Augias
16:30 – Conclusão
Helder Macedo, Isabel de Sena
17:00 – Leituras
Jorge Silva Melo
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