IOZÉ CAETANO Naceo a 9 de Abril de 1690. em a Quinta das Machadas junto da Villa de Setuval no Termo de Palmella, e na Igreja de Santa Maria do Castello desta Villa recebeo a graça bautismal a 16 do dito mez, e anno. Foy filho natural do Doutor Antonio Luiz de Tavora, que no anno de 1702. morreo sendo Juiz de fora de Olivença. Estudou os principios Gramaticaes em a Villa de Arronches, que lhe explicava Fr. Jozé de Milaõ religioso Erimita de Santo Agostinho, e depois se aperfeiçoou neste idioma em a Villa de Setuval em que sahio eminentemente versado, como testemunhaõ as obras que publicou, e os discipulos, que sahiraõ da sua Palestra aberta nesta Corte. Naõ somente he erudito na lingua Latina, mas em a Theologia, e Direito Civil de cujas faculdades tem bastante instruçaõ, como de todos os Poetas, e Historiadores Latinos. Do seu engenho fecundo se tem publicado os seguintes partos.
Modo facil para ensinar a construir, e verter em bom romance, e lingua Portugueza quaesquer periodos escritos na latina, e primeiras definiçoens da Gramatica Historica. Lisboa por Pedro Ferreira. 1731. 8.
Syntaxinha Ericeyriana para uzo dos Senhores D. Fernando, e D. Henrique de Menezes filhos do Illustrissimo e Excellentissmo Senhor D. Luiz Carlos de Menezes Conde da Ericeira. &c. Lisboa por Miguel Rodrigues. 1740. 8. et ibi na Officina Joaquiniana de Bernardo Fernandes Gayo. 1742. 8.
Regras dos Generos dos Nomes, e definiçoens dos Accidentes destes com os succintos exemplares das sinco Declinaçoens, e algumas advertencias sobre ellas. Lisboa na Officina Ioaquiniana. 1743. 8.
Praxe Syntaxistica com algumas observaçoens sobre o promptuario do Padre Antonio Franco, e huma Syntaxe Latino-Lusitanica, e huma Allegaçaõ a favor do Relatvo Qui, quae, quod &c. Lisboa por Antonio de Souza da Sylva 1735. 8. Sahio com o affectado nome de Bento Verjus.
Sagittae Medicatae, sive de Nuptiis Excellentissimorum Dominorum Domini Francisci Xaverii Raphaelis Menesii VI. Comitis de Ericeira cum Excellentissima Domina Maria Jozepha Gratia et Norognia, et Dominae Constantiae Xaveriae Dominicae Aurelianae cum praeclarissimo Domino Jozepho Felice Cugnio Menesio &c. Ulyssipone ex Typog. Joaquiniana Musicae. 1741. fol.
Censura Politica, e Catholica sobre o papel intitulado Reposta a huma carta que certo Cavalheiro escreveo a hum seu affeiçoado Austriaco querendo saber se o Principe Carlos havia repassado o Rheno. Lisboa por Miguel Rodrigues. 1745. 4.
Nemesis superata á virtute,sive de diebus Natali scilicet, & Consecratione Excel. et Rev. Domini D. Jozephi Mariae da Fonceca, e Evora. Poema. Consta de 669. Versos Heroicos Latinos compostos de Centoens de diversos Poetas.
Excellentissimo Domino D. Jozepho Mariae da Fonceca d’ Ebora Episcopo Portucallensi á Patria sua ad Ulyssiponem revertenti Epibaterium. Consta de 91 Versos heroicos.
Centum Anagrammata diversa ex Epigraphe S. Malachiae &c. qua proxime futurum S. R. E. Pontificem adambrat, videlicet Rosa Umbriae deprompta, Epigrammatisque inserta. Consta de 100. Epigrammas, e Vaticinio Poetico em aplauzo do mesmo Prelado. Todas estas obras sahiraõ. Ulyssipone apud Officinam Sylvianam, et Academioe Regiae. 1742. 4.
Eliae Santissimi Patriarchae Patres elogiantur. Sylva. Consta de Versos heroicos Latinos.
De progressu Ordinis Carmelitarum in Lege Gratiae Elegia. Estas duas obras sahiraõ no 1. Tomo do Jardim Carmelitano &c. Lisboa na Officina Sylviana, e da Academia Real. 1741. fol. A 1. a pag. 14. e a 2. a pag. 133.
Prosopopeya do livro intitulado Modo facil para ensinar a construir &c. onde se trataõ varias questoens, e entre ellas se mostra evidentemente, que a pronunciaçaõ, que uzaõ os Portuguezes nos Vocabulos Latinos he a propria, e genuina provada com as authoridades dos Authores Latinos da primeita Classe. M. S.
Echo Latina ad Hexametra, Pentamentraque Carmina componenda Echùs voce finita. Está dividida em 2 Partes. A 1. para os Versos Heroicos, e a 2. para os Pentametros. As diçoens saõ escolhidas, e cabem na mediçaõ dos Versos. Os Eccos vaõ por ordem Alphabetica. Esta obra, que conserva seu Author M. S. he de igual trabalho, que engenho.
[Bibliotheca Lusitana, vol. II]