IOZÉ SOARES DA SYLVA Cavalleiro professo da Ordem Militar de Christo naceo em Lisboa a 9 de Ianeiro de 1672. Foraõ seus Pays Antonio Soares de Madureira Cavalleiro Fidalgo, e Professo da Ordem de Christo Escrivaõ das Guardas reaes, e Thezoureiro da Caza real, e D. Maria Iozefa da Sylva filha de Ioaõ Pereira da Sylva, e D. Violante da Sylva. Recebeo o Sacramento do Baptismo a 2 de Fevereiro que lhe conferio em a Igreja de N. Senhora do Loreto o Doutor Estevão Brioso de Figueiredo Vigario Geral do Arcebispado de Lisboa que depois foy Bispo do Funchal, e Pernambuco. Desde os primeiros annos cultivou as letras amenas distinguindo com judiciosa critica o caracter e estilo dos Poetas, e Historiadores. Teve grande intelligencia das linguas Latina, Castelhana, e Franceza. Foy naturalmente inclinado à Poesia principalmente Hespanhola em que a sua Musa se coroou em diversos Certames com o primeiro premio. Na Academia Portugueza instituida no Palacio do Excellentissimo Conde da Ericeira D. Francisco Xavier de Menezes foy Mestre da Politica ensinando as maximas desta arte mais pelos dictames do Evangelho, que pelos Aforismos de Tacito. Entre os primeiros sincoenta Academicos de que se formou a Academia Real da Historia Portugueza foy eleito para escrever as Memorias Historicas delRey D. Ioaõ o I. as quais destribuidas em quatro volumes em que consumio outo annos lhe conciliaraõ ao seu nome naõ pequena gloria. Teve correspondencia com os mais eruditos Espanhoes, sendo a mais familiar com os celebres Monges Fr. Bento Ieronimo Feijoo, e Fr. Martim Sarmento. Padeceo com heroica constancia, e resignaçaõ catholica huma penosa infermidade pelo espaço de quatro annos até passar ao eterno descanso a 26 de Agosto de 1739. quando contava 67 annos, 7 mezes, e 17 dias de idade. Foy cazado com D. Antonia Maria Iozefa de quem teve Antonio Soares da Sylva, e D. Mariana Ignacia da Sylva. Compoz.
Diario Metrico em aplauzo de la Immaculada Concepcion de Maria Santissima distribuido por todo el ano. Lisboa por Paschoal da Sylva Impressor de S. Magestade. 1717. 4.
Memorias para a Historia de Portugal, que comprehende o governo delRey D. Joaõ o I. do anno de 1383. até o anno de 1433. Tom. 1. Lisboa por Jozè da Sylva Impressor da Academia Real. 1730. 4. grande.
Memorias para a Historia de Portugal, que comprehende o governo delRey D. Ioaõ o I. do anno de 1383. até o de 1433. Tom. 2. ibi pelo dito Impressor. 1731. 4.
Memorias para a Historia de Portugal &c. Tom. 3. Lisboa pelo dito Impressor. 1732. 4.
Colleçaõ dos Documentos com que se authorizaõ as Memorias para a vida delRey D. Joaõ o I. escrita nos primeiros Tres Tomos Tom. 4. Lisboa pelo dito Impressor. 1734. 4.
Conta dos seus estudos Academicos recitada no Paço a 22 de Outubro de 1722. Sahio no Tom. 2. da Colleç. dos Docum. da Academia Real. Lisboa por Paschoal da Sylva Impressor de S. Magestade, e da Academia Real. 1722. fol.
Conta dos seus estudos Academicos recitada no Paço a 7 de Setembro de 1724. No Tom. 4. da Colleç. dos Docum. da Academia Real. ibi pelo dito Impressor. 1724. fol.
Conta dos seus estudos Academicos no Paço a 7 de Setembro de 1726. No Tom. 6. da Colleç. dos Docum. da Acad. Real. ibi por Iozé Antonio da Sylva. 1726. fol.
Romance Endecasyllabo a la muerte del Serenissimo Senor Infante D. Alexandro hijo de los Señores Reyes de Portugal D. Juan el V. y D. Mariana de Austria. Lisboa por Jozè Antonio da Sylva. 1728. 4.
A S. Juan de la Cruz, que contemplando el alto Mysterio de la Trindad en su mismo dia y conferiendole con Santa Thereza ambos quedaron extaticos pero el Santo con mas especialidad. Endechas, e Soneto. Sahiraõ nas Mem. Hist. Paneg. E Metric. do sagrado culto com que o Convento do Carmo de Lisboa celebrou a Canonizaçaõ do Doutor Mystico S. Joaõ da Cruz. Lisboa por Miguel Rodrigues. 1728. 4. de pag. 160. té 168. e no 2. Tomo do Jardim Carmelitano novamente cultivado por Fr. Estevaõ de Santo Angelo. Lisboa na Officina Sylviana. 1741. fol. a pag. 529
Dissertaçaõ sobre o numero Era. Sahio na Hist. da Acad. Real. Lisboa por Jozè Antonio da Sylva. 1727. 4. desde pag. 132. até 145.
Carta escrita a 7 de Março de 1720. a Julio de Mello de Castro em aplauzo da Vida, que compoz de seu Tio Diniz de Mello de Castro I. Conde das Galveas. Sahio ao principio desta Obra. Lisboa por Jozé Manescal Impressor da Serenissima Caza de Bragança. 1721. fol.
Carta escrita a 31 de Julho de 1728. em aplauzo do Padre Fr. Simaõ de Santa Catherina compondo a Relaçaõ Metrica nas Solemnissimas Festas, que os Religiosos Carmelitas do Carmo de Lisboa fizeraõ à Canonizaçaõ de S. Joaõ da Cruz Lisboa na Officina da Musica. 1729. 4.
Cloris, e Ardenio. Poema Tragico. Consta de 3 Cantos. Dedicado ao Conde da Ericeira D. Francisco Xavier de Menezes. M. S.
Diversas obras em Proza, e Verso recitadas em diversas Academias de que se pode formar hum volume de justa grandeza. M. S. Estas obras conserva em seu poder Francisco Antonio Soares da Sylva filho do Author.
[Bibliotheca Lusitana, vol. II]