Fr. FILIPE DA LUZ natural da Cidade de Lisboa, e filho de Francisco Fernandes, e Catherina Nunes. Professou o sagrado Instituto de Eremita de Santo Agostinho no Convento da Graça a 24, de Fevereiro de 1574. Instruido com as Letras Sagradas, que dictou aos seus domesticos, mereceo pela rara prudencia, e literatura, de que era ornado, ser Confessor do Serenissimo Duque de Bragança D. Joaõ, que depois subio ao trono de Portugal. Foy Prior do Convento de Lisboa, e Visitador da Provincia, em que deixou eternas saudades da sua natural affabilidade. Entre os Prégadores grandes do seu tempo alcançou o principado, sendo toda a sua applicaçaõ aos livros Asceticos, como directores da vida religiosa. Morreo piamente no Convento de Villa-Viçosa no anno de 1633. Delle fazem mençaõ Fr. Ant. à Purif. de Vir. Illustr. Ord. Eremit. D. Aug. lib. 2. cap. 9. morum innocentia, & benignitate conspicuus, e na Chron. da Prov. de Portug. da Ord. de S. Agost. Part. 2. liv. 6. Tit. 6. §. 11. Religioso de grande virtude. Nicol. Ant. Bib. Hisp. Tom. 2. pag. 203. col. 2. Joan. Soar. de Brit. Theatr. Lusit. Litter. lit. P. n. 55. Compoz
Sermoens Primeira parte, que começa de Quarta feira de Cinza, atè a primeira outava da Paschoa. Lisboa por Vicente Alvares 1617. fol.
Sermoens Segunda parte, que contèm todas as Festas, que pelo discurso de todo o anno se festejaõ. Lisboa por Pedro Craesbeeck 1628. fol.
Sermoens Terceira parte, que começa da primeira Dominga do Advento atè a ultima, depois do Pentecoste. A festa do Nacimento de Christo Redemptor nosso. A festa da Assençaõ. A festa do Santissimo Sacramento: huma materia para os Domingos do Advento à tarde. Lisboa por Gerardo da Vinha 1625. fol. No Prologo deste Tomo, que foy impresso antes do segundo, como consta do anno da ediçaõ, promette o Author publicar alguns livros espirituaes, dos quaes sahiraõ os seguintes.
Tratado da vida contemplativa, muy util a todas as pessoas devotas, fundado nas saudades, e suspiros de huma alma de Amor Divino ferida. Lisboa por Gerardo da Vinha 1627. 8.
Tratado do dezejo, que huma alma teve de se ir viver ao dezerto para servir a Deos com grande pontualidade. Lisboa por Pedro Craesbeeck. 1631. 8.
[Bibliotheca Lusitana, vol. II]