FERNANDO CARDOSO natural da Villa de Celorico, na Provincia da Beira. Instruido com as letras humanas se applicou aos estudos severos de Filosofia, Theologia, e Medicina, em que sahio taõ eminente, que depois de exercitar esta Arte em Valhadolid com grande credito do seu nome, mereceo ser provido em Madrid em o lugar de Phisico mór no anno de 1640. naõ havendo enfermidade por mais rebelde que fosse, que naõ cedesse à efficacia dos seus medicamentos. Deixando Espanha passou a Veneza onde apostatando da verdadeira Religiaõ em que fora educado se fez sequaz acerrimo do Judaismo mudando o nome de Francisco em Isac. De Veneza se transferio á Cidade de Verona, e nella exercitou com felicidade o methodo curativo que observava. Naõ foy menos estimado o seu talento pela Poesia metrificando com elegante suavidade, como o mostra o Soneto que fez á morte de Lopo da Vega Carpio, e sahio impresso na Fama posthuma consagrada a este grande Varaõ a fol. 5 5. Como a insigne Poeta o louva Jacinto Cordeiro Elog. dos Poet. Lusit. Estanc. 47.
Luego el Doctor Cardoso en el desgarro
Con prevenida accion al premio assiste
Que a darle Febo el luminoso carro
Nò lloraras Lampasia el caso triste
Del hermano Faeton quando bizarro
Muerto a tus ojos con un rayo viste:
Que el Doctor con su ingenio le domara
Y el alta petis sin vigor quedara.
Compoz
Si el parto de 13, e 14. mezes es natural, y legitimo. Escrito em 7. de Enero de 1640. Madrid. fol. Naõ tem anno da impressaõ, porèm consta de treze laudas o qual vimos, e he muito douto.
Discurso sobre el monte Vesuvio insigne por sus ruinas, famoso por la muerte de Plinio; del prodigioso incendio del ano 1631. y sus causas naturales, y el origen verdadero de los terremotos, y tempestades. Madrid por Francisco Martins. 1632. 4.
De febri syncopali noviter discussa, utiliter disputata controversiis, observationibus, historiis referta. Matriti. 1634. 4.
Panegyrico, y excellencias del color verde, symbolo de esperança, hyeroglifico de victoria. Madrid por Francisco Martins. 1635. 8. Florida, y docta chama a esta obra o Capitaõ Manoel Fernandes de Villa Real no seu livro Color verde. Oracion funebre en la muerte de Lope de Vega Carpio laureado de las Musas dedicado al Duque de Sessa. Madrid por la viuda de Juan Gonzales. 1635. 8.
Utilidades del agua, y de la nieve, del bever, frio, y callente. Madrid por la viuda de Alonso Martins. 1637. 8. Desta obra faz mençaõ o moderno addicionador da Bib. Nautic. de Anton. de Leaõ. Tom. 2. Tit. 3. col. 1191.
Philosophia libera in septem libros distributa in quibus omnia, quae ad Philosophiam naturalem spectant methodice colliguntur, & accurate disputantur. Venetiis sumptibus Bertanorum 1673. fol. Desta obra se lembra Gregorio Leti Ital. Regnante. pag. 535.
Excellencias, y Calumnias de los Hebreos. Amsterdaõ por David de Castro Tartas. 1679. 4. Nesta obra expoem dez excellencias do povo Hebraico, e responde a dez calumnias, que contra os Judeos escrevem os Christãos.
Fazem memoria das suas obras Bartoloc. Bib. Rabin. Part. 3. pag. 921. num. 1008. Wolfio Bib. Hebraic. pag. 689. n. 1265. Basnage Hist. des Juifs Tom. 5. pag. 1907. Nicol. Ant. Bib. Hisp. Tom. 1. pag. 282. col. 1. D. Francisc. Manoel Cart. dos AA. Portug. e Joan. Soar. de Brito Theatr. Lusit. Litterat. lit. F. n. 7.
[Bibliotheca Lusitana, vol. II]