LUIZ BOTELHO FROES DE FIGUEIREDO natural da celebre Villa de Santarem recebendo a primeira graça na Parochial Igreja do Salvador a 11. De Dezembro de 1675. Foraõ seus progenitores Ignacio de Mattos de Figueiredo Froes, e D. Helena de Anhaya e Souza ambos da principal nobreza daquella Villa. A natureza o ornou de rara memoria, summa agudeza, e feliz engenho pois quando contava onze annos ja sabia latim, e Rethorica. Na Universidade de Coimbra estudou Filosofia, e Jurisprudencia Canonica. Passou a Corte onde tirou brazaõ de Armas a 23. de Dezembro de 1706. em que provava a nobreza da sua ascendencia. Por ordem delRey D. Pedro II. examinou, e descreveo o sitio de Peniche para nelle se fazer certa obra. Dezenganado de naõ alcançar o que justamente pertencia se recolheo ao Seminario do Varatojo onde naõ perseverou por graves molestias que lhe impediaõ observar aquelle Instituto. Deixando a patria passou a Madrid onde se despozou a 28. de Agosto de 1715. com D. Josefa Rita Fernandes de Montojo filha de D. Diogo Fernandes de Montojo Coronel Engenheiro, e de D. Izabel de Pineda Maldonado. ElRey de Castella Filippe V. lhe fez merce de o incorporar na Universidade de Alcala de Henares na qual se graduou valendo-se dos annos que tinha frequentado a de Coimbra. Restituido a Madrid exercitou com fama de grande Letrado o emprego de Advogado dos Conselhos Reaes, e tendo o despacho de Corregedor de Alicante falleceo naquella Corte a 15. de Outubro de 1720. quando contava 45. annos de idade. Jaz sepultado na Parochia de Santo Andre da Corte de Madrid. Delle faz honorifica memoria o Padre Ignacio da Piedade e Vasconcellos Histor. de Santar. edificad. Part. 2. pag. 454. Compoz.
Hypochpsis funebre em lagrimas tragicas com que Ulyssea enternecida combate o marmore que esconde nas primeiras auroras da vida a melhor luz de Portugal eclypsada a Serenissima Infanta a Senhora D. Thereza Jozefa Xavier assumpto de eternas lagrimas. Lisboa por Miguel Manescal 1704. 4. Esta obra he em Proza.
Phalarismo Infanticidiario deplorado com suspiros luctuosos na sepultura do Excellentissimo Senhor D. Ioaõ de Castro Almirante de Portugal, Capitaõ da guarda de Sua Magestade, Senhor da Casa de Resende, Bemviver, Reris. &c. Lisboa por Antonio Pedrozo Galraõ 1705. 4.
Esperanças animosas felicidades de Portugal empenhadas, e dezempenhadas. Empenhadas na pessoa do Senhor Rey D. Pedro antes da vinda de Carlos III. &c. Dezempenhadas na pessoa do Senhor D. Ioaõ o V. copiando as suas singulares prerogativas, tudo em dous Stromas Politicos, e Moraes. Coimbra por Jozeph Antunes da Silva Impressor da Universidade 1708. 4. He em Proza.
Modo eficacissimo de orar para conseguir a poderosa proteçaõ das Onze mil Virgens principalmente na hora da morte em que he titular o seu patrocinio. Lisboa por Bernardo da Costa 1711. 16. & ibi por Miguel Rodrigues 1745. 12.
Ponte Segura para o golfo da Vida no estreito passo da morte, que a maõ do supremo Artifice deixou por mizericordia a toda a alma viadora descuidada do caminho, e fatigada no transito; lecvantada em tres arcos triunfaes, e milagrosos fabricados dos tres Soberanos Nomes de Jesus, Maria Joseph Lisboa na Officina Real Deslandeliana 1713. 8. & ibi por Paschoal da Silva Impressor delRey 1717. 8.
Coro celeste a quatro vozes: vida Musica em solfa metrica da esclarecida Augustiniana B. Ritta advogada poderosa dos impossiveis com hum ramilhete dos Jovens milagres colhido na floresta das suas virtudes; com hum encomio mais á mesma Santa, e hum periodo Latino á sua morte. Lisboa por Antonio Pedrozo Galraõ 1714. 4.
Epitome brevissimo da Vida de S. Pedro de Alcantara monstro da penitencia, gloria mayor da Familia Serafica. Novena devota para a piedade Catholica tributar o merecido culto a este prodigioso Santo. Lisboa por Miguel Manescal 1714. 4.
Queixas do Amor Divino, sentimentos do coraçaõ humano na morte, e Payxaõ de Christo. Coimbra por Joseph Antunes da Silva 1717. 8.
Con amor nò sempre la verdad es lo mejor. Comedia. Sevilla. Sem anno de Impressaõ 4.
Al Excellentissimo Señor mi Señor el Señor D. Joachim Ponce de Leon Duque de Arcos en la muerte de la Duqueza la Excellentissima Señora D. Thereza Henriques de Cabrera, y Toledo su espoza, y mi Señora. Tres Sonetos. Madrid sem anno da Impressaõ fol. Esta Senhora morreo a 7. de Abril de 1716. tempo em que o author assistia em Madrid que nesta obra se intitula D. Luiz Botelho Froes de Figueiredo Manoel Brochero de Anhaya.
Mesa de Ingenio.
El combidado de piedra.
Allegoria del Sacramento.
Estas tres obras impressas em Madrid sem anno de Impressaõ.
Allegacion de derecho por D. Iuan Marquez Cardozo del Consejo de Hazienda de S. Magestad a cuyo càrgo estuvieron las rentas Provinciales del Reynado de Sevilla por tiempo de quatro años que tuvieron principio en el de 1714. hasta el de 1717. inclusive contra el Fiscal de la Real Hazienda fol. Naõ tem lugar, nem anno de Impressaõ.
Allegaçaõ de Direito a favor do Alcayde mór de Lisboa com que revindicou huma grande quinta de que estava de posse hum Fidalgo Castelhano. fol. Naõ tem lugar nem anno de impressaõ.
Sangria dos olhos como veyas dos afectos Discurso funebre na violenta morte de Fernaõ Leite de Mattos em 14. de
Abril de 1695. 4. M. S.
Descripçaõ das Festas que se fizeraõ no Terreiro do Paço na chegada da Serenissima Rainha de Portugal D. Mariana de Austria no anno de 1708. Dedicada ao Serenissimo Senhor D. Francisco Infante de Portugal 4. M. S. Saõ diversos Metros.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]