Fr. LUIZ DE FARIA natural de Lisboa, e filho de Duarte Frade de Faria Fidalgo da Casa do Infante D. Duarte, e de D. Maria Severim filha herdeira de Ascencio Severim, e irmaõ inteiro de Balthezar de Faria Severim que sendo Chantre na Cathedral de Evora se recolheo ao austero claustro da Cartuxa mudando o nome de Balthezar em Basilio do qual se fez larga mençaõ em seu lugar. Na florente idade de 16 annos professou no Convento patrio o sagrado instituto da clarissima Ordem dos Prégadores que illustrou com as suas letras quando dictou as sciencias severas no Collegio de Santo Tomaz de Coimbra, e edificou com virtudes principalmente quando sem horror ao contagio que na era de 1599. devastava este Reyno, se ofereceo victima da charidade em obsequio dos infermos assistindo-lhes com todo o genero de socorros assim corporaes, como espirituaes até que contrahindo o contagio conservou os sentidos até o ultimo instante que o trasferio para a eternidade gloriosa a 23. de Fevereiro de 1599. Foy sepultado na cerca do Convento donde em o anno de 1610. o tresladaraõ com pompa funeral os seus Religiosos para a casa do Capitulo. Fazem memoria das suas açoens Cardozo Agiol. Lusit. Tom. 1. p. 504. e no Comment. de 23. de Fever. letr. F. Echard Script. Ord. Praed. Tom. 2. p. 325. col. 1. Fr. Lucas de Santa Cathar. Hist. de S. Domingos da Prov. de Portug. p. 938. e Fr. Pedro Mont. Claustr. Dom. Tom. 3. 250. Compoz.

Instruçoens espirituaes. M. S. Desta obra conservava huma Copia o Licenciado Jorge Cardozo como affirma no Tom. 1. do Agiol. Lusit. pag. 507. No Coment. de 23. de Fever. letr. F. dizendo que estavaõ escritas com taes palavras, e afectos, que igualmente movem a vontade, e a inflamaçaõ no divino amor.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]