Fr. LUIZ DE SÁ naceo na Villa de Obidos do Patriarchado de Lisboa, e na Parochial Igreja de S. Pedro lhe conferio o seu Prior Jorge de Lima Mascarenhas a graça bautismal a 10. de Março de 1601. Foraõ seus Progenitores o Doutor Sebastiaõ de Barros de Sà que depois de Juiz de fóra da Villa de Obidos teve os lugares de Ouvidor de Beja, a dos Coutos de Alcobaça, e D. Antonia da Veiga de Attayde dotada de igual nobreza á de seu consorte. Professou o instituto monastico do melifluo Doutor S. Bernardo no Convento de Santa Matia de Salcedas em o anno de 1617. Onde estudadas as sciencias escholasticas em que sahio eminente pela agudeza do seu talento, foy admetido ao numero dos Doutores Theologos em a Universidade de Coimbra que illustrou regentando as Cadeiras de Gabriel de que tomou posse a 20. de Novembro de 1643. de Escoto a 23. de Outubro de 1648. de Vespora a 7. De Setembro de 1652. e ultimamente de Prima a 7. de Novembro de 1662. Foy Reytor do seu Collegio, perpetuo Decano da Faculdade de Theologia, huma Vez Cancellario, e tres eleito em Claustro pleno, Vicereytor da Universidade. Igual capacidade mostrou para o pulpito sendo profundamente versado na intelligencia da Sagrada Escritura, e liçaõ dos Santos Padres, como tambem nos primores da Poesia Latina. Falleceo no Collegio de Coimbra a 21. de Abril de 1667. quando contava 66. annos de idade. e 41. de Monge. Joan. Soar. de Brito Theatr. Lusit. Litter. lit. L. n. 44. o intitula vir eruditione praestanti: P. Emman. Lud. Vit. Princip. Theod. lib. 3. cap. 19. n. 202. Sapientissimum. Fr. Franc. a S. Aug. Maced. Collat. in 3. Part. Collat. 6. Differ. 2. Sect. 8. p. 407. insignem doctorem. Maced. Lusit. Liberat. In Append. cap. 2. n. 6. Compoz.

Officia Virginis bonae mortis. Verae vitae. Immaculatae Conceptionis. Dolorosae Passionis Filii, & Solitudinis Matris. Conimbricae apud Emmanuelem Carvalho 1647. 4. Estes cinco Officios saõ compostos conforme o rito do Breviario Cisterciense.

Sermaõ Encomiastico, e demonstrativo da indubitavel justiça com que o Serenissimo Rey D. Joaõ o IV. foy aclamado, na açaõ de graças que por esta merce deu a Deos a Camara de Coimbra em Santa Cruz no 16. dia de Dezembro de 1640Coimbra por Lourenço Crasbeeck 1641. 4.

Sermaõ prégado em Nossa Senhora do Desterro estando o Senhor exposto pro gratiarum actione dos bons sucessos das Armas de Sua Magestade que Deos guarde. Lisboa por Antonio Alvares 1641. 4.

Sermaõ prègado na Procissaõ solemne, que o Reverendissimo Cabbido de Coimbra instituhio pro gratiarum actione de Deos haver livrado a Sua Magestade da admiravel treiçaõ, que contra elle por ordem de Castella se tinha maquinado en dia de Corpus Christi. Coimbra por Manoel de Carvalho Impressor da Universidade 1647. 4. No fim esta hum Poema Latino com o seguinte titulo.

Inauguratio de stemmate Lusitaniae liberatae ubi non Philippus Prudens, sed Serenissimus Joannes IV. prudentissmus legitimus Lusitanorum Rex demonstratur. Consta de 45. Versos heroicos, e he huma invectiva composta pelo mesmo Fr. Luiz de Sá contra o livro de Caramuel intitulado Philippus Prudens.

Sermaõ nas Exequias do Principe D. Theodozio celebradas no Hospital de Coimbra Coimbra por Manoel Dias 1654. 4.

Tres Sonetos em aplauzo da Pancarpia de Fr. Christovaõ Osorio. Lisboa. 1628. 8.

Arbor melior, fructus optimus 2. Tom. fol. He huma Expoziçaõ sobre o cap. 1. de S. Matheos. O primeiro Tomo dedicado ao Conde de Castellomilhor D. Luiz de Vasconcellos, e Sousa. O 2. ao Marquez de Fontes Francisco de Sá, e Menezes. Estavaõ promptos para a impressaõ. Manoplia Catholicorum contra Jansenistas. fol. M. S.

Diadema intellectuale, seu de modo intelligendi humano, Angelico, & divino. Dedicado ao Serenissimo Principe D. Theodosio e em seu obsequio composto M. S.

Tonitrua Crucis, sive de septem verbis Ctristi Domini in cruce prolatis. M. S. 4.

Escudo Cisterciense 4. M. S.

De Gratia, & libero arbitrio. Dedicado ao Secretario de Estado Gaspar de Faria Severim.

In Primam Partem D. Thomae. 2. Tom. fol. M. S.

Todas estas obras se conservaõ no Collegio de S. Bernardo de Coimbra.

 

 [Bibliotheca Lusitana, vol. III]