Sor MARIA TEREZA DE S. JOZÉ, natural de Lisboa. Na tenra idade de doze annos dedicou a sua virgindade ao divino Cordeiro em o Convento reformado da Madre de Deos, situado fóra dos muros de Lisboa a 6 de Março de 1684, e quando chegou o tempo competente de professar o instituto Serafico se ligou com os tres votos para se unir com estes vinculos ao seu divino Esposo. Pela grande capacidade de juizo, liçaõ dos livros, e exercicio das virtudes escreveo

Praticas espirituaes entre as Religiosas nas Festas, e Oitavas do Natal em fórma de Dialogo, com o titulo de Fogueiras. Escritas nos annos de 1723, 1724, e 1725. 3. Tom. 4. M. S. He obra muito mystica, e singular, e como tal a mandou copiar o Serenissimo Rey D. Joaõ V. e se conserva na sua Real Bibliotheca.

O P. Fr. Jeronymo de Bellem Chronista da Provincia dos Algarves, na Chronica, que modernamente publicou desta Provincia na Introd. p. 275, fallando desta Religiosa, a faz Authora das Cartas Directivas, e doutrinaes, que se publicaraõ com o nome suposto do P. Manoel Velho, as quaes certamente naõ saõ suas, mas do P. M. Fr. Manoel Guilherme da Ordem dos Prégadores bem conhecido nesta Corte, como escrevemos em seu lugar; o qual com este nome de Manoel Velho quiz ocultar o proprio, como fez no Socorro de Moribundos, e na Cartilha nova, impresso o primeiro em Lisboa no anno de 1730, e o segundo no anno de 1735. sahindo ambas estas obras com o mesmo affectado nome de Manoel Velho, álem de que pelo estylo se conhecem certamente serem as Cartas produçaõ da sua penna, e naõ da Madre Maria Teresa de S. Jozé.

 

 [Bibliotheca Lusitana, vol. III]