Sor MARIA BAUTISTA, chamada no seculo D. Maria da Sylva natural de Lisboa, filha de Henrique Jaques, Chanceller mór da India, e Védor da Fazenda, e de D. Catherina da Sylva, filha de Luiz Teixeira Mestre delRey D. Joaõ III. Chanceller mór do Reino, e Desembargador do Paço, de quem em seu lugar se fez merecida memoria, e de sua mulher Catherina Perestrello. Na primavera dos annos deixou as esperanças com que a lisongeava o mundo, e professou o instituto da illustrissima Ordem de S. Domingos em o Convento patrio do Salvador a 9 de Novembro de 1586. Tanto se lhe anticipou a madureza do juizo á verdura da idade, que contando poucos annos de Religiosa foy eleita Mestra das Noviças, cujo lugar exercitou diversas vezes, sendo a mayor parte das que habitavaõ o Convento discipulas da sua virtuosa doutrina. No anno de 1617, em que foy Prioreza reduzio a boa ordem o Cartorio do Convento. Taõ inimiga era do ocio, como amante do silencio. Dispendia com os pobres toda a renda que percebia da sua Tensa, que era grande, e com tal excesso se penetrava da comiseraçaõ para com elles que para os vestir se despojava dos proprios vestidos. Falleceo com summa piedade a 29 de Novembro de 1659, quando contava 89 annos de idade e 73 de religiosa. Della se lembraõ com honorificos elogios, Fr. Luiz de Sousa Hist. de S. Dom. da Prov. de Portug. Part. 2. liv. 1. cap. 1. Cardoso Agiol. Lusit. Tom. 3. p. 194. no Comment. de 11 de Mayo letr. F. e p. 416. no Coment. de 26 de Mayo letr. G. Quetif. Script. Ord. Praed. Tom. 2. p. 844. col. 1. Nicol. Ant. Bib. Hisp. Tom. 2. p. 71. col. 1. Fr. Pedro Monteiro Claustr. Dom. Tom. 3. pag. 289. Altamura Cent. 4. ad ann. 1581. Franc. de S. Maria Chron. dos Coneg. Secul. liv. I. cap. 41. onde lhe mudou por engano o nome de Maria, em Marianna, e D. Luiz Salaz. de Castro Hist. Gen. de la Cas. De Sylv. Part. 2. liv. 12. cap. 16. Compoz
Livro da Fundaçaõ do Mosteiro do Salvador da Cidade de Lisboa, e de alguns casos dignos de memoria, que nelle aconteceraõ. Lisboa por Pedro Crasbeeck 1618. 8.
Modo de rezar o Rosario de N. Senhora, como se reza na Minerva em Roma acrecentado o principio que teve para se rezar a coros, e a devoçaõ dos Santos Auxiliadores, e huma Oraçaõ da Paixao do B. Pio V. Lisboa, por Jorge Rodrigues 1638. 8.
Vida de S. Jozé. M. S. Deixou-a imperfeita, e se conserva no Cartorio do Convento do Salvador.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]