D. MARTINHO DE CASTELLOBRANCO, I. Conde de Villa-Nova de Portimaõ, Védor da Fazenda, e Camareiro mór delRey D. Joaõ III. Foraõ seus claros progenitores Gonçalo Vaz de Castello-Branco, Senhor de Villa-Nova de Portimaõ, Monteiro mòr, Védor da Fazenda, Regedor da Casa da Suplicaçaõ, Almotacé mòr, e Escrivaõ da puridade delRey D. Affonso V., e D. Brites Valente, filha de Martim Affonso Valente, Senhor do Morgado da Pòvoa. Foy ornado de juizo prudente, e recta intençaõ por cujos dotes se fez digno de que sempre ElRey D. Joaõ III. preferisse o seu voto em as materias mais graves em que era consultado. Cultivou a Poesia com discriçaõ, e cadencia naõ sendo menos perito na Arte da Cavallaria, levando pela agilidade, e destreza a primazia no jogo das canas. Foy casado com D. Mecia de Noronha, filha de Joaõ Gonçalves da Camara de Lobos II. Capitaõ da Ilha da Madeira, e D. Maria de Noronha, filha de D. Joaõ Henriques, de quem naceo D. Gonçalo de Castello-Branco: Dom Francisco de Castello-Branco, Camareiro mòr delRey D. Joaõ III. D. Joaõ de Castello-Branco Comendador de Aljesur da Ordem de S. Tiago: D. Antonio de Castello-Branco Deaõ da Sé de Lisboa: D. Affonso de Castello-Branco Meirinho mòr do Reino, e Senhor do Morgado de Montalvaõ: D. Brites de Noronha, mulher de Affonso Pires de Pantoja, Senhor de S. Tiago de Cassem: D. Guiomar de Noronha, mulher de D. Rodrigo de Eça: D. Camilla de Noronha, mulher de Joaõ Rodrigues de Sá Alcaide mòr do Porto: D. Leonor de Noronha mulher de D. Bernardo Manoel, Camareiro mòr delRey D. Manoel: Dona Maria de Noronha, mulher de D. Nuno Alvares de Noronha, e D. Joanna religiosa de S. Clara no Convento da Ilha da Madeira. O insigne Poeta Cataldo liv. 6. in scriptus Salomon o louva com estas vozes
Nomine Martinus Castelli agnomine Brãchi
Primus amor Regis, primaque cura sui Castelli cognomen habet; munimine
fultus
Virtutum, & circum turre potente datus. Branchum Vulgares, album dixere Latini,
Albior argento, candidiorque nive.
Absens multa facit nutu, quã plurimà praesens
Cujus in arbitrio regia summa jacet.
Alphonso quondam charus, natoque Joanni:
Tanta illi probitas insita, tantus honor.
Et multò Emmanuel tibi nuc charissimus extat
Quo sine nil magnis Rex bone rebus agis.
Compoz
Varias obras Poeticas. Destas algumas sahiraõ no Cancioneiro de Garcia de Resende. Lisboa por Herman de Campos 1516. fol. a fol. 71. vers. 147. vers. 172.vers. 157. e 159. vers.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]