NUNO DA SYLVA TELLES, Sobrinho do precedente naceo em Lisboa a 28 de Agosto de 1685. Foraõ seus claros Progenitores Fernaõ Telles da Sylva Gentil-homem da Camera de D. Joaõ V., Védor da Fazenda, Conselheiro de Estado, Embaixador extraordinario ao Emperador Jozé, e Censor da Academia Real, e D. Helena de Noronha, filha de D. Thomaz de Noronha III. Conde dos Arcos, e de D. Magdalena de Borbon. Depois de receber a borla doutoral na Faculdade dos sagrados Canones na Academia Conimbricense a 31 de Julho de 1708 obteve os lugares de Sumilher da Cortina, Thesoureiro mór de Guimaraens, Arcediago de Sobradelo, Conego da Cathedral de Elvas, Deputado do S. Officio de Lisboa, Reitor da Universidade de Coimbra, de que tomou posse a 30 de Setembro de 1715, Deputado da Mesa da Conciencia, e Ordens em 5 de Setembro de 1716, Deputado do Conselho Geral do S. Officio em 10 de Setembro de 1720, e Academico da Academia Real da Historia Portugueza em 4 de Janeiro de 1725 para escrever as Memorias Ecclesiasticas do Bispado do Porto, onde foy Censor, e agora Secretario. Sendo Reitor da Universidade de Coimbra convocou em 7 de Janeiro de 1717 o Conselho dos Cathedraticos de todas as Faculdades para aceitar a Bulla Unigenitus em que o Pontifice Clemente XI. condenara 101 Proposiçoens de Paschal Quenel, e juntos segunda vez em Clautro pleno dous dias depois da primeira convocaçaõ se aceitou com juramento tudo quanto o Summo Pastor tinha condenado naquella Bulla, cuja aceitaçaõ, e juramento remeteo ao Pontifice com huma carta latina elegantemente escrita em 9 de Fevereiro de 1717 , á qual respondeo o Papa com outra carta de 10 de Março do mesmo anno cheya de affectuosas clausulas entre as quaes merece distincta memoria a seguinte: Cujus pietatem cum sanguinis claritudine, eruditionem cum filiali in Sanctam Romanam Ecclesiam reverentia certare probe novimus. Com a sua judiciosa industria se erigio a grande Casa da Universidade de Coimbra, na qual estando elle presente se lançou a primeira pedra em hum Sabbado 17 de Julho de 17I7, e para que se augmentasse a copia de livros alcançou faculdade de S. Magestade, de que se comprasse por preço de quatorze mil cruzados a Livraria de Francisco Barreto Conego da Cathedral de Lisboa, e Deputado do Conselho Geral do S. Officio. Na sua pessoa se venera hum perfeito exemplar do Estado Ecclesiastico competindo a innocencia da vida com o explendor do nacimento por cujos dotes he acredor ás mayores dignidades. Compoz
Sanctissimo Domino nostro D. Clementi Divina Providevtia Papae XI. Conimbricae v. Idus Februarii anno Domini cikcikccxii. Conimbricae in Regali Artium Collegio 1717. & Romae apud Joannem Mariam Salvioni 17I7. 4. grande.
Pratica com que congratulou a Academia Real de estar eleito seu Collega. Sahio no Tom. 5. da Colleç. dos Docum. da Acad. Real Lisboa por Pascoal da Sylva 1725. fol.
Conta dos seus estudos Academicos em 7 de Abril de 1725. No Tom. 5. dos Docum. da Academia.
Conta dos seus estudos Academicos em 8 de Novembro de 1725. Sahio no Tom. 5. dos Docum. da Academ.
Conta dos seus estudos Academicos a 21 de Marco de 1726. No Tom. 6. Dos Docum. da Acad. Lisboa por Jozé Antonio da Sylva 1726. fol.
Conta dos seus estudos Academicos no Paço a 22 de Outubro de 1727. Sahio no Tom. 7 da Colleç. dos Docum. da Acad. ibi pelo dito Impressor 1727. fol.
Conta dos seus estudos Academicos no Paço a 22 de Outubro de 1728. No Tom. 8. da Colleç. dos Docum. da Acad. ibi pelo dito Impressor 1728. fol.
Conta dos seus estudos Academicos no Paço a 7 de Setembro de 1729. No Tom. 9. da Colleç. dos Docum. da Acad. Real. ibi pelo dito Impressor 1729. fol.
Pratica na Conferencia da Academia de 7 de Janeiro de 1735. Sahio na Colleç. dos Docum. Da Acad. De 1735. ibi pelo dito Impressor. 1736. 4. grande.
Oraçaõ recitada sendo Director na ultima Conferencia da Academia da Historia Portugueza em 9 de Dezembro de 1735. Sahio no Tom. precedente.
[Bibliotheca Lusitana, vol. III]