D. AFFFONSO MENDES, naceo no lugar de Santo Aleixo Termo da Villa de Moura da Diocese de Evora a 20 de Agosto de 1579, não somente para ilustrar com os rayos da sua doutrina os habitadores da Etiopia, mas também para ser hum dos mais famosos alunos da Companhia de JESUS. Foy filho de Lourenço Alvres, e Branca Mendes, e tanto que chegou a idade de nove anos foy chamado por seu Tio Manoel Mendes de Moura Conego Doutoral da Seé de Coimbra, para que no celebre Athenéo desta Cidade lançasse os primeiros fundamentos dos seus estudos, os quaes continuou com taõ felices progressos, que ainda naõ contanto 16 annos sabia perfeitamente a língua Latina, e Rhetorica mostrando em idade taõ verde tal madureza, que se fez digno de ser aceito em 2 de Fevereiro de 1593 na Companhia de JESUS, onde estudada Filosofia, e Theologia passou de discípulo a Mestre dictando letras humanas, e Rhetorica por espaço de sete anos admirando-se nesste largo tempo a energia eloquente das Oraçoens, a suave affluencia dos Versos, e a vasta lição de Poetas, e Oradores, em que era eminente o seu talento. Depois de Professo do quarto voto em 26 de Fevereiro de 1610 se aplicou com todo o disvello à intelligencia da Sagrada Escritura, e Santos Padres, e sahio taõ profundamente instruído nestes estudos, que por uniforme voto dos Superiores, depois de ao dictar com grande aplauso por cinco anos em Coimbra aos seus domésticos, foy mandado a Evora para que recebendo a borla de Doutor na faculdade de Theologia os ensinasse neste Universidade. A fama das suas letras que se fazião mais veneradas pela integridade dos costumes se dilatou até Madrid, donde Filippe IV que naquele tempo governava este Reyno, querendo premiar taõ grandes merecimentos o nomeou no anno de 1621 Patriarcha de Etiopia. Não pode resistir ao preceito delRey, que se fez mais forte com o do Pontifice, e sendo Sagrado pelo Bispo do Algarve D. Fernaõ Martins Mascarenhas, na Casa Professa de Lisboa em 12 de Março de 1623 partio acompanhado do Bispo de Nicea D. Diogo Seco, nomeado seu sucessor com desesete Religiosos para a India em huma armada de que era Capitão Antonio Telles de Menezes. Depois de experimentar huma perigosa navegação chegou a Moçambique, e ultimamente a Goa em 28 de Mayo de 1624 onde achando ocasião opportuna navegou até o mar Vermelho, e tendo chegado ao porto de Baylur, vencidas insuperáveis dificuldades entrou no Reyno de Dancali, donde passou a Fremona Corte do Imperio Etiopico em 12 de Junho de 1625. Não he fácil de explicar a paciencia com que em taõ prolongado caminho tolerou os ardores do Sol, e os rigores do frio, que se fazião mais penosos com a fome, e sede padecia por tantos dias; a constancia, com que sacrificou a vida continuamente exposta à violência dos ladroens que vagavão por aquelles dezertos, e a ancia com que suspirava de chegar ao termo das suas apostólicas fadigas para reduzir ao rebanho de Christo inumeráveis almas. Chegando em 11 de Fevereiro de 1626 à Corte do Emperador Sultaõ Segued, o mandou receber entre festivas aclamaçoens por quinze mil Soldados vestidos pomposamente, e muitos deles montados em soberbos cavallos com preciosos jaezes, fazendo-se maus plausível esta recepção com as vozes acordes de vários instrumentos. Foraõ excessivos os argumentos de affecto, e benevolência, com que o Emperador recebeo ao Patriarcha, o qual atrahido de taõ venerável presença abjurou nas suas maõs juntamente com o Principe seu Irmão Raz Celá Christós os scismaticos erros de Alexandria, e abraçou os Sagrados dogmas da Igreja Romana, prometendo a mais rendida obediência ao Summo Pontifice, e mandando com públicos edictos aos seus Vassalos, que assim o observassem, e aos Ministros Evangelicos, que promulgassem por todo o seu Imperio as Verdades Catholicas. Admiraveis foraõ os progressos, que se seguiraõ a esta permissão do Emperador, pois a todos os Operarios Apostolicos se avantajava o Patriarcha, discorrendo continuamente de huma para outra parte em beneficio das suas ovelhas, bautizando humas, crismando a outras, erigindo Templos, e ornando Altares, pregando com eficácia para inflamar os ânimos dos ouvintes; disputando, e escrevendo nervosamente para extirpar as raízes de perniciosas doutrinas, e raicar nos coraçoens dos Etiopes a semente do Evangelho. Mas que inescrutáveis são os juisos da Dina Providencia! Morto o Emperador no anno de 1632 se transformou toda esta serenidade em huma furiosa tormenta movida por Facilada acérrimo sectário dos erros Alexandrinos, e sucessor da Coroa Imperial, contra os professores de Christo, sendo por ordem sua muitos deles despojados das fazendas, e outros cruelmente das vidas; o Patriarcha exterminado da Etiopia, e entregue aos Turcos para ser victima da sua tyrana impiedade, o qual sendo levado a Arquico Cidade marítima no anno de 1634 e chegano a Suaquen, foy recluso em hum tenebroso carcere, onde atados os pé a hum cepo, e oprimido o pescoço com huma pezada corrente de ferro, além de toleradas com invicta constancia muitas fomes, sedes, e injurias se constituhio pelo largo espaço de hum anno em taõ cruel exame fortíssimo Athleta da paciencia Christaã. Porém sendo libertado pela piedade Portugueza de taõ duro cativeiro, alcançada faculdade de partir para a India, chegou brevemente a Goa no anno de 1635. Recolhido ao domicilio dos Padres Jesuitas desta Cidade naõ lhe servindo de obstáculo a provecta idade quebrantada com tantos trabalhos, e o esplendor da dignidade Patriarchal se ocupava nos mais abatidos ministérios da Comunidade, e julgando-se como outro Chrisostomo expulso da sua Igreja de Constantinopla se exercitava em todo o género de virtudes, principalmente no cuidado das suas ovelhas instruindo-as com os seus escritos, e mandando-lhes ocultamente Ministros Evangelicos para que se conservassem na Fé da Igreja Romana, desejando sempre alcançar ocasião, que as pudesse ver, e nunca de voltar a Portugal, ainda que persuadido de muitas Pessoas, cujos altos merecimentos querendo premiar a Magestade delRey D. João o IV o nomeou Arcebispo de Goa, e Primaz do Oriente a tempo, que na mesma Cidade acabou a carreira dos seus apostólicos trabalhos a 29 de Junho de 1656 contando 77 annos de idade, 63 de Companhia. Deste varão trataõ Telles Hist. da Etiopia, liv. 4, cap. 32 e liv. 5, cap. 1 e 2, liv. 6, cap. 3 e no Append. 1 desta Historia & 11 e 12 ; Andrad. Hist. delos Var. Ilust. dela Comp., Tom. 6; Alegamb. Bib. Societ., p. 36, col. 1 dizendo: vir fuit moribus integerrimis, & ab omni prorsus ambitione, corporalium rerum contemptor, spiritualium aestimator. Nicol. Ant. na Hisp., p. 28. Faria Asia Portug., Tom. 3, part. 2, cap. 23 n 11 e part. 4, cap. 2 n 3 e cap. 9. Nadasi Ann. dier. mem. S. J. ad diem 29 Junij Fr. Filip. à Santis. Trinit. in Itiner. Orient., liv. 5, cap. 1 vir doctissimus qui multum in Ethiopiapro animarum salute laborans multa passus tandem expulsus fuit F. Franc. à S. Aug. Maced. in Propug. Lusit. Gallic., pag. 108. Omnis litteraturae Virum. Joan. Soar. de Brit. in Theat. Lusit. Litter., lit. A n 13. D. Francisc. Man.no Ecco polit., fol. 45. No Fué menos gloriosa fatiga la del Nuevo Patriarcha dela Etiopia D. Alffonso Mendes, cuya virtud, letras, y religion arrebataron tantas almas desde el peligro ela salvacion incorporada outra vez aquella Iglesia en la verdadeira sede Apostolica. O Bispo de Targa D. Thom. de Faria na Decad. 1 rer. Lusitan., liv. 8, cap. 1. Hominem. cui Deus, & natura omnia donarunt, negarunt nihil. Florebat scientiá, & virtute apud Patres Societatis ingenij, & eorum, quae ad Poesim, Rhetoricam, Historiam, & litteras profanas pertinet, apprime peritissi mus, rerum veró divinarum ita deditus contemplationi, ut et Sacram Scripturam totam memoriter recitares, et Sanctorum Patrum authoritates referre, & Sacrae Theologiae difficultates speculari magno Viro pareret voluptatem, neque in iis alicui erat secundus: concionandi múnus cum auditorum commodo, et lartitia exequitur. P. Anton. Franc. in Ann. Glor. Societ. Jesu in Lusit., pag. 363 e na Imagem da virtud. no Colleg.de Coimb., tom. 1, liv. 2, cap. 22 até 41. Escreveo: Carta do Patriarcha da Etiopia D. Affonso Mendes escrita da sua própria maõ ao muito R. P. Mucio Viteleschi Proposito Geral da Companhia de JESUS, na qual se contem o que S. Illustris. Senhoria com os demais Padres da Companhia, que andaõ naquele grande Imperio, fizeraõ de serviço de Deos, e bem das almas o anno de 1629. Lisboa por Matthias Rodriguez, 1631, 4. Carta ao Provincial, e mais Religiosos da Companhia de Jesus da Provincia de Portugal em que lhes relata da sua navegação de Goa até o mar Vermelho, e trabalhosa jornada de Baylur até à Etiopia. Escrita em Fremosa a 9 de Julho de 1625. A qual traz o Padre Balthazar Telles na Hist. da Etiopia, liv. 4 desde cap. 36 até o cap. 39. Relação escrita ao Geral da Companhia de JESUS da sua entrada na Etiopia, e o que nella obrou até 5 de Julho de 1626. Sahio traduzida em Italiano com as Cartas Annuaes da Etiopia. Roma pelos herdeiros de Zannetti, 1628, 8 e em Francez Pariz chez Sebastien Cramoysi, 1629, 8. Carta escrita a ElRey Catholico, em que trata de como elle, e seus companheiros foraõ desterrados da Etiopia, e do Estado, em que se achava aquelle Imperio desde o mez de Novembro de 1632 até Mayo de 1633. Conserva-se M. S. no Archivo Real da Torre do Tombo, e está impressa na Hist. da Etiop. do Padre Tellez liv. 6, cap. 4 e 7. Carta escrita de Goa em 1 de Dezembro de 1639 para o Padre Provincial de Portugal, em que relata o Martyrio do ilustre Bispo D. Apollinario de Almeyda; a qual sahio traduzida em Castelhano. Manilla por Raymundo Magisa, 1641. Carta escrita em 3 de Outubro de 1639 para o Padre João de Mattos Assistente na Curia Romana. Desta carta, e da que está assima, se lembra Cardoso Agiolog. Lusit., tom. 3, pag. 614 no Comment. de 9 de Junho letr. F. Outras Cartas muito doutas, e cheyas de particulares noticias transceveo o Padre Balthazar Telles na Historia da Etiopia sendo as principaes. Huma muito extensa escrita ao mesmo Padre Telles impressa no aparato da Hist. da Etiopia. Outra que he huma Prefação às Cartas do Padre Bernardo Nogueira Vigario Geral, que foy da Etiopia escrita de Goa a 16 de Outubro de 1652 impressa no liv. 6, cap. 40. Outra para o Emperador Sultaõ Segued; no liv. 5, cap. 29. Duas para seu filho Facilada no liv. 6, cap. 3 e cap. 15 que he muito diffusa. Três escritas de Goa no anno de 1639 a Fr. Roberto dos Reys Monge de S. Bento Irmão do Padre Francisco Marques Missionario na Etiopia, no append. 1 à Hist. da Etiopia & 6 das quaes imprimio huma o Padre Antonio Franco na Imag. da Virtud. do Noviciado de Lisb., liv. 3, cap. 12. Trigicomedia intitulada Paulinus Nolae Episcopus composta em verso heroico, a qual se conserva no Archivo do Collegio de Coimbra da qual faz menção o Padre Franco na Imag. do Nov. de Coimb., Tom. 1, liv. 2, ap. 22 n 4. Oratio habita Philippo III. Hispaniarum Regi, Lusitaniae II in Academia Eborensi. Sahio impressa no fim dos Anacephal. Reg. Lusit. authore P. Antonio de Vasconc. S. J. Antuerp. apud Petrum, & Joan. Belleros, 1621, 4. Commentaria in Jonam Prophetam. Desta obra faz memoria D. Franc. Man. na Carta escrita ao D. Manoel Themudo da Fonseca Vigario Geral do Arcebispapo de Lisboa, que he a primeira da Centuria 4 das suas Cartas. Roma por Filipe Maria Mancino 1669, 4 e Nicol. Anton. in Bib. Hisp., tom. 1, pag. 28. Branhaymanot, id est, Lux Fidei in Epithalamium Etiopissae, sive in nuptias Verbi, & Ecclesiae Etiopae libri 12. Catecheticis comprehensi. Colon. Agripinae sumptibus Balthhasaris Egmond, & sociorum, 1692, fol. No principio desta obra está hum Epitome da Vida do Patriarcha escrito na língua Latina. Foy traduzida a obra na língua Etiopica por Olda Christós nobre Senador daquele Imperio, e insigne Catholico, como escreve Telles na Historia da Etiopia liv. 5, cap. 4. Expeditionis Etiopiae Patriarcha Alphonsi Mendes, Tom. duo in quattuor libros divisi. Esta obra foy mandada no anno de 1651 ao Padre Geral Francisco Picolomini como diz Alegambe in Bib. Societ., pag. 36, col. 2 da qual affirma o Padre Telles na Hist. da Etiop. Apend. 1 & 12. Para mim foy o Farol mais lucente por one me governey nesta minha navegação. Está hoje esta obra em Roma para se dar à luz do Prelo, merecendo ser estampada com Typos de estrelas do Ceo; e quem lé a copiosa elegância, e notável propriedade de duas palavras, a gravidade das sentenças, e uniformidade do methodo, o muy lácteo, e melliflo estilo, o julga por hum novo Livio Lusitano, e que se o Patavino lhe pode tirar a prerrogativa de ser primeiro, naõ lhe pode tirar a gloria de ser milhor. Igual elogio dedica a esta obra o grande Fr. Francisco de Santo Agostinho Macedo in 3 Part Collat. Collat. 9, Differ. 2, cap. 4, pag. 622 qua dere (falla dos Clerigos Regulares, que nunca se viraõ na Etiopia) certo certius constaret si quae eruditissime, & latinissime Alphonsus Mendesius Jesuitarum ad Etiopes missus Patriarcha scripsit, lucem vidissent. Novi Conimbriae virum omnis litteraturae genere excellentem, ac doleo tantum opus M. S. jacere in tenebris tineis, & blattis obnoxium, cum sit luce, & immortalitate dignissimum. Desta obra conservava hum Extracto Melchisedec Thevenot em a sua Livraria, como consta do Cathalogo dela fol. 244 e o refere a Bib. Orient. de Antonio de Leon, novamente acrecentada. Tom 1, Tit. 12, col. 391 onde faz memoria de outras obras deste Author. Deixou M. S. para se imprimir. Vida do Padre Jorge Rijo da Companhia de JESUS. Desta obra faz menção o Padre Franco Imag. do Noviciad. Do Colleg. de Coimb., tom. 1, liv. 3, cap. 16. Tomo de Sermoens pregados na Etiopia. Tomo dos Concilios Ecumenicos até o 6 Concilio Geral, em que refutava nervosamente os erros dos Abexins acerca da Encarnaçaõ do Divino Verbo. Alguns tratados em defensa da Companhia contra os seus maldizentes. Tratado de Magia. Varias exposiçoens sobre a Escritura que dictava em os Collegios de Coimbra, e Evora, e tinha augmentado em Goa. De todas estas obras fazem memoria Alegambe in Bib. Societ., pag. 36, col. 2 e Jacobo le Long in Biblioth. Sacra, pag. 858, col. 1.

 

[Bibliotheca Lusitana, Historica, Critica e Chronologica, vol. 1]

 

D. AFFONSO MENDES, Jesuita, Dr. Theologo pela Univ. d’Evora, Patriarcha da Ethiopia, sagrado a 12 de Março de 1623. Depois de exercer as suas funcções como tal durante alguns annos, teve emfim de sahir desterrado do imperio com os mais catholicos, e acolhendo‑se a Goa passou ahi o resto dos seus trabalhosos dias até 29 de Junho de 1656 em que faleceu, estando já nomeado Arcebispo d’aquella metropole.

Foi natural de S. Aleixo, termo da Villa de Moura no Alemtejo: mas os seus biographos não concordam no anno em que nasceu, dando‑o Barbosa nascido a 20 d’Agosto de 1579, e Canaes (talvez por engano de algarismo) a 20 d’Agosto de 1575. V. Estudos Biographicos de J. B. Canaes, pag. 123. Na Bibl. Nac. de Lisboa ha um seu retrato de corpo inteiro, e sem nome. – E.

51) Carta… escripta de sua propria mão ao M. R. P. Mucio Viteleschi, Preposito geral da Companhia de Jesus: na qual se contém o que sua Ill.ma Senhoria com os demais PP. da Companhia… fizeram do serviço de Deus e bem das almas o anno de 1629. Impressa á custa de Lopo Rodrigues Mendes, parente do mesmo Patriarcha. Lisboa, por Mathias Rodrigues 1631. 4.º de 44 folhas numeradas só na frente. Por que razão se omittiria esta carta no chamado Catalogo da Academia?

É livro de muita raridade, que ainda não encontrei de venda em alguma parte: e das livrarias de Lisboa só consta que d’ella possuam exemplares a do Archivo Nacional da Torre do Tombo, e a Real das Necessidades.

Note‑se que a referida Carta foi traduzida em francez, e se publicou com o titulo: Relation de l’Ethiopie. Lille 1633. 12.º Ás obras d’este prelado mencionadas na Bibl. de Barbosa podem acrescentar‑se o Tractado sobre a prisão do P. Hieronymo Lobo, Preposito da Casa Professa da Companhia em Goa, escripto em 1648, de cujo original dá noticia o Sr. Rivara como existente entre os manuscriptos da Bibl. Eborense cod. CXV/2-8 contendo 123 §§; – e duas Cartas tambem originaes, escriptas de Goa ao P. Assistente da Companhia em Roma: dita Bibl. cod. CVX\2‑7 V. P. Antonio Fernandes.

 

[Diccionario bibliographico portuguez, tomo 1]