D. LOPO DE ALMEYDA primeiro Conde de Abrantes cuja dignidade lhe deu D. Affonso V. no anno de 1472. teve por Progenitor a D. Diogo Fernandes de Almeyda Alcayde mòr de Abrantes, Reposteiro mór del-Rey D. Duarte, e Vedor da sua Fazenda, e a Dona Brites Sanches meya Irmãa do Arcebispo de Braga D. Fernando da Guerra. Foy Alcayde mòr de Punhete, e Senhor das Villas do Sardoal, Maçaâ, e Amendoa. Entre os Fidalgos do seu tempo mereceo distinta veneraçaõ pela madureza do juizo, capacidade de talento, e afabilidade de genio. Cazou com D. Brites da Sylva Dama da Raynha Dona Leonor mulher del-Rey D. Duarte, Camareiro mór da Raynha Dona Isabel de quem entre outros filhos teve a D. Joaõ de Almeyda segundo Conde de Abrantes Guarda mór delRey D. Joaõ o II. do seu Conselho, e Vedor da Fazenda até que extinta a Varonia desta Caza recahio na dos Marquezes de Fontes hoje de Abrantes. Acompanhou no anno de 1451. a Infanta Dona Leonor filha delRey D. Duarte quando se foy despozar com o Emperador Federico III. em cuja funçaõ se distinguio no luzimento das galas, e numero de criados. As circunstancias desta jornada escreveo muito individualmente a ElRey D. Affonso V. as quaes publicou o Padre Dom Antonio Caetano de Souza em o Tom. 1. das Provas da Hist. Gen. da Caz. Real Portug. desde pag. 633. athe 645. e saõ as seguintes.

Carta escrita a D. Affonso V. de Sena a 28. de Fevereiro de 1452.

Carta escrita de Roma a 22. de Março de 1452.

Carta escrita de Napoles a 18. de Abril de 1452.

Carta escrita a 26. de Mayo de 1452. Acaba com estas palavras. Vossa feitura, criado, e servidor que bejo as mãos de V. A. e me encomendo em V. M.  Lopo Dalmeyda.

 

[Bibliotheca Lusitana, vol. III]