Escritora, ensaísta e académica, Helena Malheiro licenciou-se em Lettres Modernes pela Universidade de Paris III, Sorbonne-Nouvelle em 1979, onde concluiu um Mestrado em Literatura Comparada em 1981.

Foi distinguida com “Prémio Revelação de Ensaio” da Associação Portuguesa de Escritores, em 1980, com a obra: “Os Amantes” ou A Arte da Novela em David Mourão-Ferreira.

Doutorou-se em Julho de 2008 em Literatura Portuguesa na Universidade Aberta, onde é Professora Auxiliar, com uma tese sobre Sophia de Mello Breyner Andresen, publicada com o título O Enigma de Sophia: da Sombra à Claridade.

Coordenadora e co–coordenadora dos colóquios internacionais “Travessias Poéticas: Portugal-Brasil” realizados em Lisboa e em São Paulo em 2009 e 2010 respectivamente, participa regularmente em congressos internacionais tendo várias publicações em actas e em livro.

É membro do PEN Clube, do CLEPUL, da Associação Internacional de Lusitanistas, da Associação Portuguesa de Literatura Comparada e da Associação Portuguesa de Estudos Franceses.

 

Principais obras publicadas:

 

Ensaio, 2008.

 

SINOPSE

O Enigma de Sophia de Mello Breyner Andresen: Da Sombra à Claridade (Tese de Doutoramento) é uma reflexão abrangente sobre toda a obra de Sophia, poetisa fundamental da literatura portuguesa, através da análise das principais temáticas que a estruturam.

 

CRÍTICAS

 

«Este estudo percorre a obra de Sophia revelando um profundo conhecimento dos seus textos e uma notável intuição para os acompanhar com a sua escrita.»
Fernando Pinto do Amaral

 

 

«Há uma palavra recorrente que emerge quando lemos a poesia de Sophia de Mello Breyner Andresen. Essa palavra é a autenticidade. Neste estudo de Helena Malheiro, aquela palavra assume especial pertinência, sempre que articulada com os grandes motivos e com os grandes temas aqui contemplados; a premência do tempo e da memória, o sentido da navegação e da viagem, a poesia como indagação do mundo e das coisas. Uma indagação que só a voz do poeta é capaz de revelar.»
Carlos Reis

 

Romance, 2015.

Há sobretudo uma mulher que se está a impor desalmadamente dentro das minhas páginas e isso angustia-me. Parece que não tenho mão nela, escapa-me por entre os dedos, por entre os fios das palavras, por entre as minhas linhas escritas no caderno preto a tinta azul escura, uma mulher desconhecida que no entanto às vezes se parece terrivelmente comigo, que por instantes julgo reconhecer e não sei como nem quando me cruzei com ela. Apareceu há dias a deambular nos meus parágrafos e agora já não consigo livrar-me dela. Parece ocupar cada vez mais espaço dentro do livro, como se me quisesse colocar para fora dele, sim, como se me quisesse empurrar para fora da minha própria história. Começo a sentir algum receio pelo espaço enorme que ela tem vindo a ocupar dentro de mim. A sua presença está-se a tornar desmedida e extremamente tirânica, dominadora.

Contos

Pescadores de Estrelas é um livro sobre todos aqueles que sonham com estrelas e com mundos por descobrir, um livro sobre o outro lado do universo, aquele lado que muito raramente pressentimos e que de repente entrevemos, numa noite diferente ou numa madrugada de névoa. São dezanove contos sobre o desmedido firmamento da vida onde nos movemos, pontuada aqui e acolá por uma estrela reveladora. O mistério domina tudo, o inquietante e infinito mistério de existir espraia-se dentro de nós ou derrama-se no mundo sob toda as suas formas: a procura da identidade, os fascinantes segredos da infância ou da adolescência, a terrível e mágica teia do amor ou muito simplesmente a busca desenfreada do sentido da palavra. Onde nos encontramos, permanentemente perdidos, dentro ou fora de nós, num inextricável labirinto de sentidos? Nestes contos, uma por vezes romântica e deliberada inocência alia-se frequentemente a um clima fantástico, para nos presentear com a insólita irrealidade de um mundo que para sempre permanece desconhecido.

 

 

C

 

Contos

O Tamanho do Mundo é um livro diferente.  São quinze histórias sobre o tamanho infinito da Vida e do Sonho, quinze histórias impregnadas de segredo, poesia e imaginação.

Não parece haver fronteiras entre a realidade e a ficção para a autora e as suas personagens que se deslocam com a maior naturalidade entre o real e o imaginário, numa busca permanente de entendimento.

Percorrendo os trilhos da secreta magia do universo, aqui se revela ele aos poucos, por detrás do véu encantatório da escrita :  Dédalo reinventa a criação do mundo numa génese bastante original; uma infinidade de viagens por fazer escondem-se dentro de um palácio siciliano; um homem morre mas não larga a quinta velocidade; uma mulher não sabe escolher entre dois gémeos tão iguais que são o mesmo; um sábio, em Babilónia, descobre  o sentido aterrador do Acaso; uma noite, em Florença,  alguém recua no tempo até ao centro do mundo; um homem divide-se em vários à procura de si mesmo; outro descobre-se morto dentro de um quadro de museu; uma mulher inventa um perverso jogo de traição e ciúme…

O Tamanho do Mundo passa-se do outro lado da fronteira do real, num universo fantástico, desmedido e  mágico, tão mágico como estes quinze contos que se situam dentro e fora do mundo.

 

Ensaio sobre a obra de David Mourão-Ferreira